O ‘Zeroquatro", a família e as eleições

CREPÚSCULO DA LEI – Ano IV – LXXIII

O ‘ZEROQUATRO’, A FAMÍLIA E AS ELEIÇÕES

A taxa da inflação de março de 2022 é a maior desde 1994. Quase nada fala a imprensa medíocre que atende ao crime organizado ocupante do palácio. 

Talvez melhor seria mencionar “organização criminosa institucionalizada”, posto que as instituições que deveriam investigá-la, ao contrário, se uniram a ela.

Ora, com a miséria e o desemprego devidamente instalados no cotidiano da choldra, evidentemente que a organização criminosa institucionalizada não teria, nem terá, moral alguma para debater política econômica na próxima campanha eleitoral (diga-se, a campanha eleitoral da organização criminosa está a pleno vapor desde um ano atrás – sem que seja devidamente contida, claro).

Sob esse aspecto, qual tema poderia ter a organização criminosa institucionalizada em pauta? 

Saúde? (risos 1)

Educação? (risos 2)

Meio Ambiente? (risos 3)

PIB? (risos, mais risos...)

Resta claro que a organização criminosa institucionalizada, mantenedora do indivíduo que ainda a ocupa a presidência, fugirá como anátema desses tópicos e – seguindo a cartilha “by CIA” – apelará para o moralismo raso do qual conhecem bem.

Segundo essa tal cartilha (aquele das guerras híbridas), esse moralismo raso e faccioso está fundado na manjada trilogia família-divindade-propriedade.

Eis que, quando o discurso político da organização criminosa menciona “família” é a paranoia delirante de seus integrantes vindo à tona feito ilhota fecal. É assustador como mencionam algo que desconhecem. O que entendem por “família”? Uma miniorganização criminosa que se perpetua em tradições pela corrupção e busca a exploração dos feudos de pobreza pelo país afora?

Veja-se o caso de uma das famílias do indivíduo que ainda ocupa a presidência e seu filho “zeroquatro”. Não o foi o “zeroquatro”, filho da família “dois”, intimado a depor na Polícia Federal?

Quais crimes? Ora, os clássicos “lavagem de dinheiro” e “tráfico de influência”, id est, nada que fuja dos padrões das “famílias” agrupadas para alimentar a organização criminosa institucionalizada, e que vão cobrar moralismos da “família” nas próximas eleições.

Também faz parte dos padrões das “famílias” que comandam a “organização criminosa institucionalizada, e que vão cobrar moralismos nas próximas eleições”, tecer babas de ódio ao aborto, quando elas mesmas se prestam a fazê-lo em clínicas de luxo, inclusive no estrangeiro.

Evidentemente que, ao pobre, não se pode conferir a dignidade de um planejamento familiar. Para as “famílias oficiais” é importante deixar nascer para deixar matar mais tarde, naquelas perseguições que fazem a alegria dos CPFs “cancelados” (“Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra...”)

Óbvio que o moralismo da organização criminosa que alimenta a ideia da “família tradicional” perverte o conceito da própria dignidade em favor dela e deles mesmos.

Qualquer acadêmico de direito sabe que dignidade humana são valores que se atribui à pessoa humana para impedir-lhe o sofrimento. Dignidade e sofrimento ocupam posições diametralmente opostas. Vida digna é vida sem sofrimento, e impor sofrimento às pessoas é uma especialidade da organização criminosa que ocupa o poder. São grupos de extermínio, milícias de extermínio da dignidade humana.

Assim, pois, vai girando a nova “roda dos expostos” em  tempos de “ratinização e datenização”, em que o espetáculo da moral vestida de jumento perfaz um ridículo galope digno dos autos da Barca do Inferno, com a vênia de Gil Vicente.

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