O que falta?

O que falta? 

Aumento do IPTU, rejeição dos servidores à revisão salarial – o que gerou um ato na porta da Prefeitura –, reclamação de buracos nas ruas – a chuva não para –, insatisfação de alguns vereadores com a atuação de secretários municipais... A semana é marcada pelos mesmos assuntos e polêmicas das últimas. Ah, tem também as tentativas de explicação do prefeito, do presidente do Legislativo sobre os temas, as repetições das reclamações na Câmara e o mesmo nos grupos de política nas redes sociais da cidade. O que falta? Virar o disco. Ninguém merece.

O que interessa 

Mudar o foco em uma cidade como Divinópolis não é difícil, pois o que não faltam são demandas. Basta dar um giro pela cidade para ver, por exemplo, a quantidade de lotes com mato maior que as casas, outros imundos, em um momento em que a dengue avança e é tão preocupante quanto a covid-19. Mas o que se percebe é uma venda nos olhos para assuntos de fundamental importância para a população e um alarde nos repetitivos que dão ibope e satisfazem os próprios interesses. Sair do trivial de vez em quando faz bem para o povo e abre o leque para outros temas que também fazem parte do desenvolvimento de uma cidade. Que tal?

Como assim?

Além de defender os próprios interesses, cada dia é mais real a quantidade de representantes do povo em Divinópolis que se acham donos da verdade. Primeiro que se sentir assim é ego elevado demais, burrice. Todos nós aprendemos um pouco a cada dia e ainda morremos sem saber. Basta sair uma linha na imprensa e pronto: a confusão está feita e haja ouvido para escutar o tanto de “não é assim”, “eu acho isso, aquilo”, “poderia ter sido assim”. Pera aí! Jornalistas, especialmente aqueles que têm senso crítico, não são assessores de comunicação de políticos, que apenas reproduzem assuntos que melhor lhes convier. Quem entra para a vida pública nada mais é do que empregado do povo. Tem que dar satisfação dos seus atos, sim. E isso se faz por meio da imprensa, visto que a maioria da população não se interessa ou não tem tempo. Todos estão sujeitos a isso, inclusive a críticas, e aceitá-las é sinônimo de humildade. Não dá conta? Pede para sair. 

Qual a vantagem? 

Já foi mais que provado que boa parte das pessoas não tem estrutura para ter poder, porque de uma forma ou de outra, ele acaba subindo à cabeça rápido demais. Aí vem a vaidade e o ego elevado. E assim é no Legislativo divinopolitano de umas décadas para cá e, certamente, continuará sendo, pois é a tendência na política, infelizmente. O que isso significa? Sempre almejar mais e mais. No entanto, vereador de primeiro mandato bater no peito e “se achar” rumo a salto bem maior não é vantagem nenhuma. Resumindo a ópera: não deu tempo ainda de mostrar a que veio, não terminou a missão que lhe foi atribuída pelo povo e já quer pular do barco. Sinceramente? Isso está mais para egoísmo e realização pessoal do que pensar na população. Aumento de seguidores nas redes sociais e aplausos por trás de uma tela não significa aval para esse tipo de atitude ou sinônimo de apoio, muito menos de vitória. Portanto, “devagar com o andor porque o santo é barro” e, quando quebra, na maioria das vezes, é impossível remendar. 

Imbróglio antigo 

E cheio de nuances. Assim é outro assunto recorrente tanto nos dois poderes quanto em outros meios, é o hospital regional. Quando acha que a coisa vai deslanchar, volta a ser um rocambole, aquele bem recheado de doce de leite, enrolado e grudado. Nesta semana surgiu o assunto novamente. O Estado diz que depende da Prefeitura. Esta, por sua vez, rebateu e respondeu afirmando que não é bem assim. Na verdade, o que está pegando é um convênio lá de 2013 que cuidava de transferência de recursos para obras do hospital. A história é longa e a Prefeitura já até explicou por meio de nota e afirmou que o Município trabalha de forma incansável para resolver a pendenga. Inclusive, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) avisou que um desfecho sai amanhã e, ao que tudo indica, positivo para Divinópolis. Aí, é só mandar o projeto de doação do terreno para a Câmara. Pelo amor de Deus, não vem vereador se opor, porque, para o bem de todos, esse assunto precisa ser resolvido e já passou da hora. Mesquinharia tem limite! 

 

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