O Carnaval e sua cultura

 

O carnaval acabou, a folia, a alegria, a diversão, enfim, por agora acabou. E você conhece a história e origem desta festa que mobiliza o Brasil?

O carnaval tem suas origens em festivais pagãos da antiguidade, como os saturnais romanos e as festividades gregas em honra a Dionísio, o deus do vinho e da fertilidade. Com o passar do tempo, o carnaval foi se transformando e incorporando elementos de diferentes culturas e tradições, sendo influenciado principalmente pelas festividades cristãs da Idade Média, como o carnaval de Veneza e as festas populares da Europa. No Brasil, tornou-se uma das maiores celebrações do país.

É celebrado de maneiras diferentes ao redor do mundo, com cada cultura adicionando suas próprias tradições e costumes únicos. Por exemplo:

Brasil: Conhecido por seus desfiles de escolas de samba, blocos de rua, música animada e extravagâncias de fantasias, o carnaval no Brasil é uma festa colorida e vibrante que atrai milhões de turistas todos os anos.

Veneza, Itália: O carnaval de Veneza é famoso por suas máscaras elaboradas e desfiles de moda pelas ruas estreitas e canais da cidade. É uma celebração elegante e sofisticada, com raízes que remontam à Idade Média.

Nova Orleans, EUA: O Mardi Gras em Nova Orleans é uma festa animada com desfiles de carros alegóricos, música ao vivo, comida e bebida. É uma celebração marcada pela cultura e tradições da Louisiana, incluindo influências francesas, espanholas, africanas e caribenhas.

Colômbia: O carnaval de Barranquilla é uma das maiores festas da América Latina, com desfiles de danças tradicionais, músicas, trajes coloridos e muita energia.

Trinidad e Tobago: É famoso por suas competições de calipso e soca, bem como pelo desfile de bandas de carnaval com trajes exuberantes e elaborados.

 

No Brasil tem suas raízes nas tradições europeias, indígenas e africanas. Durante o período colonial, os colonizadores portugueses trouxeram para o Brasil a tradição das festas carnavalescas, que incluíam desfiles de máscaras e bailes de salão.

Com o tempo, essas festividades se misturaram com as tradições africanas trazidas pelos escravos, incluindo ritmos, danças e costumes. Essa fusão de culturas deu origem ao carnaval brasileiro como o conhecemos hoje, com suas características únicas de música, dança, desfiles de rua e fantasias coloridas.

No final do século 19 e início do 20, o carnaval começou a se organizar em blocos e escolas de samba, especialmente no Rio de Janeiro. Tornaram-se o centro das festividades, com desfiles elaborados que contam histórias e competem pela melhor apresentação.

Hoje, o carnaval brasileiro é uma das maiores celebrações do país, atraindo milhões de turistas de todo o mundo. É uma época de muita alegria, música, dança e diversão, onde as pessoas se reúnem para celebrar a vida e a cultura brasileira.

 

Em Divinópolis, o carnaval acompanha a vida do divinopolitano desde a emancipação da cidade. Em 1910, Adolpho Machado organizou o primeiro bloco carnavalesco com seus familiares que, mais tarde, recebeu o nome de “Bloco da Primavera”. A parte musical ficou a cargo dos músicos José Cirino e Joaquim Bigode.

Em 1912, surgiu o “Cordão do Sabino” que foi até a década de 1940, quando criou o Boi Sabino: um boi feito de metal e cetim que alegrou os carnavais de Divinópolis. Com o passar dos tempos o carnaval de rua conquistou a elite da cidade, já emancipada, e ganhou novas formas nos clubes. As casas noturnas como a Mocambo e K-Samba, de Ivan Silva, bem como o Divinópolis Clube, foram as primeiras a organizarem os bailes de carnaval. Na rua era uma festa mais popular. Nos bailes iam aqueles que tinham condições de pagar cota em clubes, etc. Com o crescimento e a organização dos bailes em clubes, nos anos de 1960 os blocos começaram a ser formados lá e rapidamente ganharam as ruas. A partir daí, começa um novo estilo de carnaval, as escolas de samba se formam para a disputa.

Em 1935, Halim Souki foi escolhido rei Momo da cidade. Vestido como um rei oriental. Uma rainha só viria a acompanhar o rei momo muitos anos depois.

Nesta época, surgiram várias escolas que marcaram o nome na história: ‘Os Metralhas’, ‘Unidos do Guarani’, ‘Monte Líbano’, ‘Unidos do Divino’, ‘Unidos da Vila’, ‘Acadêmicos da Santa Cruz’ e a mais tradicional de todas, escola de samba ‘Tupy’, criada pelo lendário carnavalesco Seu Nonô e sua esposa Dona Horalda, mais conhecida na época como a “Escola do seu Nonô”, começou no bairro Porto Velho, em 1947, e depois foi transferida ao bairro Esplanada, onde ficou por muitos anos. A partir de 1970, O rei Momo passou a ser Nelson Pelegrino, o guardião do carnaval da cidade, depois foi Antônio Mimoso.

No início da década de 1990  foi acabando. Em 2001 aconteceu o último carnaval de rua. Desfilaram as seguintes escolas: Santa Cruz/São João de Deus (1º lugar), Caprichosos de São Vicente/Alto São Vicente (2º lugar), Unidos do Porto/Porto Velho (3º lugar) e Unidos do Guarani/Santa Clara (4º lugar).  

Hoje, nosso pré-carnaval iniciado com “Bloco do Cléo”, mobiliza grupos de blocos, como o dos “Caveiras”, o “Haja Amor”, o “Mundi”, “Barteria”,  o “Divino Bloco” entre outros, e os clubes como Divinópolis Clube, Estrela, AABB e do Servidor movimentam as festas para sócios.

 

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Welber Tonhá e Silva 

Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09

Imortal da Academia de Letras e Artes Luso-Suiça em Genebra, cadeira nº C186

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

 

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