O caldeirão está fervendo

Batendo Bola

 

José Carlos de Oliveira

 

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O caldeirão está fervendo

É! Não tem mesmo jeito, o Guarani é um caldeirão de água fervente, que quando menos se espera pode entornar de vez e queimar todos que estão por perto. Quando tudo parece caminhar às mil maravilhas, com torcedores se unindo e se reunindo para traçar planos e novos caminhos para o clube, mostrando-se dispostos a entrar na luta, arregaçar as mangas e dar sua contribuição para o renascimento do Alvirrubro de Porto Velho, fatos extracampo (e pelo visto, gravíssimos) vêm à tona e colocam tudo a perder, e o Guarani terá novamente que recomeçar do zero para sobreviver.

Se é que se levanta depois dessa!!!

 

Renúncia

O presidente Robson Luís de Camargos – que assumiu o cargo depois da renúncia de Nivaldo Batista, o ex-zagueiro Araújo, que não aguentou a pressão e entregou a diretoria meses depois de ser eleito pelo conselho deliberativo – confirmou nesta semana que também deixa o clube, e na próxima segunda-feira, em reunião extraordinária com os conselheiros do Bugre entrega sua carta de demissão, sem nenhuma chance de voltar atrás e reconsiderar sua posição.

 

Suportou muito

E, para ser sincero, até acho que ele (o Robson) suportou muito tempo, sendo perseguido sistematicamente por parte da imprensa e da torcida, sem apoio da sociedade e dos políticos e ainda tendo que bancar do próprio bolso com as despesas do clube, aí fica mesmo muito difícil. Nesse redemoinho de gente e de fatos jogando contra, não havia mesmo como suportar a pressão.

 

E os motivos

E, segundo confidenciou Robson a este repórter, são esses alguns dos motivos, mas ainda há outros, e mais graves ainda. A falta de apoio da cidade – de seus políticos e empresários – é algo que salta aos olhos e não deixará o clube alvirrubro andar para frente tão cedo, enquanto não mudar a mentalidade de, pelo menos, alguns deles. “Para cobrar resultados aparece gente e vozes de todos os lados, mas para ajudar que é bom ninguém dá as caras pelas bandas de Porto Velho”. E o resultado não poderia mesmo ser outro, senão a renúncia de mais um presidente e o Bugre caminhando a passos largos para um buraco sem fundo.

 

Burocracia

Em papo para inglês ver, e para jogar para a galera, políticos da Câmara de Divinópolis anunciaram, com todas as pompas possíveis e até manchetes em jornais, a destinação de verba para o Guarani. Isso aconteceu ainda no ano passado, mas de concreto até agora nada. E segundo o agora quase ex-presidente, essa verba nunca deverá chegar ao Farião, com as dificuldades que são impostas pela Prefeitura, principalmente por parte da vice-prefeita Janete Aparecida, com uma burocracia sem fim sendo colocada à mesa para liberar o dinheiro, abrindo um abismo entre as partes e deixando claro que essa “grana” dificilmente cairá nos cofres do clube.

Esses políticos querem ajudar, mas só da boca para fora, para enganar seus eleitores e “fingir” que se importam com o clube e a cidade.

 

O mais grave

Mas a gota d’água, que teria levado o presidente Robson Luís a jogar a toalha de vez e pedir sua demissão seria ainda mais grave, com o envolvimento de uma mulher, que teria como função zelar pelo bem-estar dos garotos da base, se envolvendo numa relação com um atleta do time sub-17 (que teria até o consentimento do pai deste), fato que levou o presidente a acabar com o alojamento (que nem era responsabilidade do clube, segundo ele) e dar um fim a tudo.

 

Quem se habilita

Agora a sorte está novamente lançada e o futuro do Guarani passa a ser ainda mais incerto. Na segunda-feira, 21, Robson Luís entrega sua carta de demissão ao Conselho e garante ficar no clube apenas o tempo necessário para fazer uma transição, cumprindo seus compromissos já assumidos, com a Copa Brasileirinho e a Super Copa Ouro, mas a partir daí o Bugre fica a cargo de uma nova diretoria.

E a pergunta do século é: quem seria ou será esse louco que vai assumir o barco, já sabendo que não terá apoio de ninguém e nem condições financeiras para navegar tranquilo?

E aí? Ainda tem algum maluco por aí?

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