Nova gestora da UPA deve assumir em breve
Mesmo com liminar judicial, Prefeitura rescindirá com IBDS; Ibrapp promete novo método de trabalho para desafogar unidade
Bruno Bueno
O entrave para a chegada da nova gestora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis deve ser resolvido nos próximos dias. O Instituto Brasileiro de Políticas Públicas (Ibrapp), do Maranhão, que venceu o processo licitatório, foi impedido de assumir a administração após a concessão de uma liminar a favor do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), atual administradora. A situação deve finalmente ser resolvida. Em resposta aos questionamentos do Agora, a Prefeitura garantiu que rescindirá unilateralmente o contrato com a IBDS e oficializará a entrada da Ibrapp como nova gestora.
Relembre
Após Processo Administrativo Disciplinar (PAD), a Prefeitura rompeu, em outubro do ano passado, o contrato com o IBDS por irregularidades na prestação de contas. Desde então, iniciou-se o processo para a contratação da nova administração. Nesse período, o IBDS segue temporariamente à frente da unidade. Em abril deste ano, o Executivo prorrogou o prazo para tomar a decisão em mais seis meses, ou seja, com fim em setembro.
Duas empresas estavam na disputa pela administração. No entanto, próximo do fim do processo, a Justiça concedeu uma liminar à pedido do IBDS que rescinde a suspensão do contrato e autorizou a empresa a participar do novo processo.
Detalhes
Zé Braz deu detalhes sobre a resolução do entrave.
— Nos reunimos com o secretário de Saúde (Semusa), Alan Rodrigo, e ele nos disse que está confeccionando uma portaria fazendo essa rescisão unilateral com o IBDS para que possa ser assinado o contrato com o Ibrapp — afirma.
Três empresas foram consideradas habilitadas pela Prefeitura e participaram do processo. Uma desistiu e duas chegaram até o final, sendo a Ibrapp a vencedora. Zé afirma que um novo modelo de gestão será implantado.
— Ela trabalhará com um novo modelo que exige mais qualidade durante a prestação dos serviços. Um novo modelo de edital que vai ser melhor para a população de Divinópolis — disse.
E acrescentou:
— Eu não sou jurista para falar do nível técnico, mas ela nem se habilitou durante esse período de credenciamento com as empresas. Ela não participou. Já estava afastada da administração — ressalta.
Propostas
O vereador conta que questionou sobre o que eles teriam de expertise a nível de gerenciamento de UPA para agilizar os atendimentos.
— Uma das propostas que temos é trabalhar em conjunto com a atenção primária para absorver. Cobramos do secretário uma atenção primária forte e eficaz para absorver essas demandas que não são da UPA — enfatiza.
Em sua opinião, a solução para desafogar a UPA também faz parte do reforço às unidades de saúde do Município.
— Há uma demanda muito grande de pacientes verdes, brancos e azuis na UPA. Essas pessoas deveriam ser atendidas na atenção primária, ou seja, nos postos de saúde — esclarece.
Prefeitura
Em resposta aos questionamentos do Agora, a assessoria de comunicação da Prefeitura deu um panorama sobre a situação.
— A IBDS se recusa a sair, tentando usar vias judiciais para se manter na gestão da UPA. O Município não concorda com tais atitudes — relata.
O Executivo Municipal confirmou que irá rescindir o contrato mesmo sem o parecer favorável do IBDS.
— Tivemos reunião na Câmara junto ao Legislativo para buscarmos uma decisão conjunta, pois, mesmo sem a IBDS aceitar uma rescisão amigável, a Prefeitura fará uma rescisão unilateral — confirma.
Atendimentos
O Agora teve acesso ao número de atendimentos das últimas 24 horas na UPA. Segundo os números, 312 pacientes foram acolhidos na unidade: 204 foram classificados na categoria verde do protocolo de Manchester. Segundo a nivelação, esses pacientes podem esperar até 120 minutos pelo atendimento, 28 pacientes foram classificados na categoria azul e branca. Todos estes também poderiam ser atendidos em unidades de saúde.
Apenas 80 dos 312 pacientes estavam classificados nas categorias amarelo, laranja e vermelho do Protocolo. Isso significa que 3 a cada 4 pessoas que procuram a UPA poderiam ser atendidas em unidades de saúde.