Notificações de dengue dobram em uma semana

Executivo comenta intenção de construção de ambulatório contra doença

 

 

Ígor Borges

A dengue tem assustado os divinopolitanos cada vez mais neste mês de janeiro. O número de casos confirmados da doença cresce gradativamente a cada dia e o cuidado da população se faz extremamente necessário. Em entrevista ao Agora, a vice-prefeita e secretária de Governo (Segov), Janete Aparecida (Avante), revelou que o Executivo possui a intenção de construir um ambulatório específico contra a dengue. 

O primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano no município indica a tendência de uma epidemia da doença. Com isso, as preocupações vão além dos cuidados contra a proliferação do mosquito, mas também com os leitos disponíveis para atendimentos aos enfermos.

Ambulatório

Durante o programa “E Agora, Prefeito?” da última quinta-feira, Janete comentou sobre a gravidade do cenário.

—Já planejamos abrir nosso ambulatório de dengue em fevereiro. Lembrando que isso depende dos números da doença atingirem um certo nível. Mas a tendência é que isso ocorra no próximo mês — relatou.

 

Entretanto, ela ainda ressalta que o local de instalação do ambulatório ainda é incerto. 

— Não será na Policlínica, pois ela está em reforma e estamos com dificuldade em alugar um terreno na área central. Caso não consigamos um imóvel central, uma opção é um terreno que já verificamos no Afonso Pena. Mas a prioridade seria, sim, ser no Centro da cidade — pontuou.

 

Casos neste ano

Até o dia 26 de janeiro, data do último levantamento, Divinópolis contabilizou:

- 690 notificações e 334 casos confirmados de dengue;

- 9 notificações e 1 caso confirmado de chikungunya;

 

O município ainda investiga dois óbitos suspeitos de vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. 

Os cinco bairros da cidade com mais notificações da doença em 2024 são:

  • Centro, 85 casos;
  • Planalto, 32 casos;
  • Ipiranga, 25 casos;
  • Santo Antônio, 24 casos;
  • Bom Pastor, 23 casos

 

Focos

 

O 1º LIRAa mostrou que 91% dos focos da dengue foram encontrados em residências e 9% em lotes vagos. As larvas foram encontradas em diversos reservatórios: 

 

  • recipientes removíveis, como garrafas e pneus: 39,6%;
  • depósitos móveis, como pratos e vasos de plantas: 38,7%;
  • depósitos fixos, como ralos e sanitários em desuso: 11,7%;
  • armazenamento de água, como tanques e poços: 9,2%;
  • depósitos naturais, como ocos de árvores: 0,8%. 

 

Sintomas e sinais

A referência técnica de enfermagem do Município, Chris Martins, relata os principais sintomas da doença. 

— Dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas articulações, dor nas costas. Eles têm procurado mais a unidade. Os servidores dos postos da saúde e da UPA estão preparados para receber os pacientes suspeitos de dengue — pontua.

A diarista Claudemira de Oliveira está com sintomas da doença e procurou a UPA.

— Desde sexta-feira eu estou com muita dor no corpo. Uma dor de cabeça que não passa. Comecei a tremer e fiquei sem vontade de fazer nada — relata.

Cuidados

O agente de controle de endemias, Leonardo Jerônimo, comenta que os cuidados são pequenos, mas que devem ser realizados.

— A recomendação é separar aqueles 10 minutinhos semanais e fazer aquela vistoria do imóvel. Além de verificar quais reservatórios podem ser removidos — salienta.

A agente de endemias, Sílvia de Oliveira, orienta sobre o que fazer em caso de sintomas.

— A Semusa ressalta ainda que, na presença de algum sintoma da doença, procure atendimento em um estabelecimento de saúde para orientações e não faça uso de medicamentos sem prescrição — concluiu.

Os moradores podem notificar e denunciar locais com focos e reservatórios do mosquito no número (37) 3229-6823. 

Prevenção

O supervisor da Vigilância em Saúde Ambiental, Juliano Cunha, falou que os resultados preocupam.

— Mais uma vez o LIRAa mostra que a maioria dos focos continua nas residências. A população precisa aderir, como prática rotineira, o combate à dengue. É essencial que cada cidadão vistorie seu quintal, no mínimo uma vez por semana, recolhendo recipientes que possam acumular água — destacou.

Ano passado

Divinópolis fechou o ano de 2023 com 10.988 casos notificados, 8.556 casos confirmados e 8 mortes por dengue, além de 158 registros de chikungunya. 

Segundo os dados, 56,27% das notificações foram registradas em mulheres e 43,73% em homens. A faixa etária com mais casos foi de 20 a 29 anos. 

Os cinco bairros da cidade com mais notificações de dengue no ano foram: Centro (449), Santa Rosa (343), Belvedere (324), São José (318) e Planalto (258). 

 

 

 

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