Não precisava

Não precisava 

O meio político gosta de uma confusão. Quando é ano eleitoral, então, é de embrulhar o estômago. A polêmica da vez é a nomeação da nova presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), Marília Palhares Machado, que, por sua vez, é prima de um dos diretores da mineradora autorizada a atuar na Serra do Curral, em Nova Lima. A situação já não estava boa para o Governo de Minas, pois enfrenta uma resistência gigantesca de órgãos ambientais, moradores do entorno da Serra e até da Justiça. A pergunta é: precisava desse desgaste? Agora, falar que a arquiteta foi convidada por causa do currículo, experiência e trajetória em defesa do patrimônio histórico é debochar dos entendidos de como funcionam as manobras.  

Troca-troca 

Desde que o dossiê do tombamento ficou pronto, ainda em 2020, essa é a segunda troca da chefia do instituto. A primeira presidente a sair foi Michele Arroyo. Diante da celeuma, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pede a exoneração da nova presidente, que, nem bem entrou, já pode sair. Principalmente, pelo fato de um dos ex-presidentes, Felipe Cardoso Vale Pires, ter enviado um ofício ao Ministério Público (MP) de Minas Gerais revelando que o projeto não havia tramitado pelo Iepha. O Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou, ele reclamou, e foi convidado a sair. 

Em alta 

E não é de hoje que o meio ambiente de Minas vem sendo judiado. Dados da Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, apontam a destruição da Mata Atlântica. Entre 2020 e o ano passado, conforme o órgão, foram desmatados 21.642 hectares do bioma, o equivalente a mais de 20 mil campos de futebol. A alta foi de 66% em relação ao período entre 2019 e 2020. Houve aumento do desmatamento em 15 dos 17 estados que compõem o bioma, de acordo com o Atlas da Mata Atlântica, levantamento realizado desde 1989. Entre eles, Minas Gerais, com (9.209 hectares). Não é por acaso que falar em destruir uma serra como a do Curral deixa muita gente indignada. 

Derrubar para criar 

Na comparação com o período 2017-2018, quando foi registrada a menor taxa de desmate da série histórica, a elevação agora é de 90%. Fatores como a derrubada da mata para a criação de pastagens e mais espaço para culturas agrícolas contribuem de forma decisiva. Além da  expansão urbana nas grandes cidades e nos litorais. Em estados como Minas e Bahia, por exemplo, a dinâmica é derrubar para criar novas áreas de plantio e pasto, além de grandes áreas utilizadas para mineração, o caso de Minas. Não é à toa que o clima está descontrolado e os animais cada dia mais invadindo as cidades. E a tendência é piorar, visto que medidas preventivas não existem no Brasil, sem falar que as cifras falam mais alto. 

Professor na ADL 

O professor Elmo de Azevedo Fernandes é o mais novo membro da Academia Divinopolitana de Letras (ADL). O professor Elmo, como é conhecido, há anos empresta seu talento por meio de uma coluna publicada no Agora. Atuando com extrema competência e querido em toda a cidade, teve a indicação mais que merecida. Parabéns e muito sucesso nesta nova caminhada. A posse será no dia 8 de junho, às 19h, no Plenário da Câmara.

 Primeira mulher 

No mesmo dia, toma posse a nova diretoria da ADL. E esta solenidade promete marcar o ano de 2022. Pois é a primeira vez na sua história que uma mulher ocupará a presidência. Maria Imaculada Batista Silva foi eleita no dia 7 de maio. Oportunidade em que também se comemora os 61 anos de existência da ADL. Motivos de sobra para celebrar. 



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