Não fecha

Da Redação

Divinópolis enfrenta uma epidemia de dengue. Sim! Esta é a manchete dada todos os anos mais ou menos nesta época. Hospitais lotados, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) também, postos de saúde, falta de profissionais e medicamentos por causa da demanda. A história se repete todos os anos no Brasil. Como já esperado, os meses de março e abril, após período de chuva, de muito calor, são marcados pela explosão de casos de dengue. E aí, existe um culpado? Sim! Você, que está em casa, lendo este editorial neste momento. Você já olhou se na sua casa tem algum foco do mosquito Aedes aegypti? Já olhou o vasilhame dos seus animais, se tem algum foco, mínimo que seja por aí? Todo ano é exatamente a mesma coisa. Um ciclo vicioso infinito. Diante da demanda, e o sucateamento do serviço público, é impossível culpar os governos. Dessa vez, a culpa é da população. Entra ano e sai ano, vem campanha de conscientização. As prefeituras faltam implorar para que o povo limpe seus quintais, olhem suas casas, eliminem os focos. Algumas tomam medidas mais extremas e chegam a aplicar multas. Convenhamos. É necessário. Parece que o povo ainda não aprendeu a viver. 

Falta noção, falta responsabilidade. Os mesmos que vão para as redes sociais reclamar da superlotação dos postos de saúde, da UPA, dos hospitais, da falta de medicamentos, de profissionais para atender, são os mesmos que não olham a sujeira e a água parada ao seu redor, e que não cobram de seus vizinhos. Tudo se repete como nos anos anteriores . Se você procurar nos arquivos do Agora certamente encontrará um vasto material alertando a população e mostrando os números da doença e ações da Prefeitura para conscientizar. As mesmas notícias, só mudam as datas. Epidemia de dengue. Até onde essa falta de responsabilidade irá levar o povo? Até quando iremos lutar contra nós mesmos? Contra as nossas atitudes? Culpar as autoridades por superlotação na saúde é fácil, agora, fazer a sua parte, aí já é outra história. Ser responsável, se atentar ao que realmente precisa ser feito, ninguém faz, pois apontar o dedo não dá trabalho. O que faz efeito é reclamar e postar vídeos em redes sociais. Essa definitivamente é uma conta que não fecha. 

O poder público é falho? Sim! Em diversos pontos, mas é como dizem: cada povo tem o governante que merece. São apenas o nosso espelho. Então, se olhar para aqueles que governam, no fim, verá então boa parte da população. Irresponsável, desleixada. Por “coincidência”, ontem, fez três anos que o primeiro caso de covid-19 foi registrado em Divinópolis. Depois do primeiro, quantos outros, e quantas vidas foram levadas por causa da irresponsabilidade e imprudência de muita gente, que insistia em viver como se não houvesse uma pandemia sendo enfrentada. Hoje, com a mesma notícia dada todos os anos, a pergunta é: mais quantos anos serão necessários para que o povo aprenda e enxergue que a dengue mata, e que bastam apenas pequenas atitudes para que destinos sejam mudados? Se não, definitivamente, a conta não fecha.

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