Não dá like

Não dá like

Definitivamente, falar verdade não dá likes nem rende comentários. Pelo menos na Câmara de Divinópolis. Como este PB detalhou na edição de ontem, a continuidade das obras para o Hospital Regional depende, agora, única e exclusivamente da Prefeitura e da Casa Legislativa divinopolitana. O projeto de dação terreno ao  Estado, aprovado em março último, não passou no crivo do cartório de registro porque consta duas especificações do terreno: área urbana e rural. A consequência é que a conclusão do hospital travou novamente, não no Estado, como alguns vereadores ainda insistem em seus discursos, mas em Divinópolis. Por isso, a Prefeitura precisa elaborar um novo projeto especificando o lote apenas como zona urbana e enviar à Câmara para nova aprovação. Só depois o andamento do processo pode seguir a rota normal. E nada disso foi falado por nenhum vereador na Tribuna sobre o hospital. Ao contrário, só críticas pesadas em cima do governador Romeu Zema (Novo) acusando-o de má vontade com Divinópolis  e de mentir para a população. Falta de conhecimento sobre este novo fato? Não. A Presidência do Legislativo garante ter comunicado todos os gabinetes. Porém, esbravejar, xingar e dar xilique dá mais curtidas do que relatar os fatos como eles são. 

Em extraordinária 

Alguns, certamente, vão dizer que não sabiam. Pode até ser, porém outra falha grave. Ou do próprio vereador, que não se inteira dos assuntos relevantes de seu gabinete, ou das assessorias, que passaram despercebidas. Ou então o que foi dito acima: "fingir de morto" para aparecer. O certo é que a proposta precisa ser apreciada o mais rápido possível e isso exige agilidade, especialmente da Prefeitura - e depois da Câmara na apreciação. Se assim não for, corre-se o risco de nem no fim do ano, como foi prometido por Romeu Zema em sua visita a Divinópolis, na semana passada, o hospital ficar pronto. Neste sentido, o presidente do Legislativo, Eduardo Print Júnior (PSDB), já fala em até uma reunião extraordinária no recesso de julho, se este for o caso, para a votação do projeto. E não pode ser diferente. Chega de lerdeza. Basta o fato de os dois poderes não terem se atentado ao fato da documentação do terreno estar irregular. 

Nova eleição  

Não tem volta. Ao renunciar à vice-presidência da Câmara, o vereador Roger Viegas (Republicanos) foi claro que não é sua decisão. E confirmou. O presidente Print Júnior até tentou, mas Viegas se manteve irredutível. E ele está certíssimo. A nossa palavra em uma tomada de decisão é valiosa e mostra nossa conduta. Voltando atrás, o vereador seria contraditório em tudo que ele apregoa sempre em seus discursos e desabafos. E se não está feliz, algo incomoda? Tem mais é que sair mesmo. Temos livre arbítrio para sermos senhores de nossas decisões. Neste sentido, o presidente - se não protocolou ontem à tarde - deve fazer o registro para realização de nova eleição que já tem dia marcado: amanhã, só não ficou estabelecido ainda o horário, mas a previsão é que seja às 13h. O registro de concorrentes ao cargo pode ser feito até duas horas antes da votação. E aguarde. Vem surpresa por aí! 

Conduta repugnante 

As cenas da procuradora-geral Gabriela Samadello, de 39 anos, apanhando com socos, seguida de uma cotovelada do também procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, na última segunda-feira, dentro da prefeitura no interior de São Paulo, causam repulsa. Imagens que envergonham o Brasil e constata, mais uma vez, o machismo impregnado em nossa cultura e a fragilidade das leis. Revoltante. Apesar das agressões, ele não ficou preso. Foi apenas ouvido e liberado pela Polícia Civil, porque o delegado que o interrogou considerou que ‘não havia uma situação de flagrante’. Por sua vez, o procurador alegou que sofria assédio moral. Como se, caso for verdade, justificasse tamanha covardia. O único castigo imposto a ele, até o momento, se é que pode-se chamar de castigo, foi uma suspensão de 30  dias determinada pela Prefeitura. Que dó, gente! Péssimo exemplo das autoridades, mas que infelizmente se baseiam nas leis de um país onde a impunidade reina.

Nas escolas 

O que nos dá ainda, mesmo com um certo descrédito, esperanças são algumas ações em andamento. Como o Projeto de Lei (PL) 99/19, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que originalmente dispõe sobre o ensino de noções básicas da Lei Maria da Penha nas escolas da rede pública do Estado. A proposta recebeu parecer, de 2º turno, favorável da Comissão de Segurança Pública, na última nesta terça-feira. De autoria da deputada Ana Paula Siqueira (Rede), a matéria, que teve como relator o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PL), passou na forma do substitutivo nº 1 apresentado ao vencido, ou seja, ao texto aprovado com modificações pelo Plenário no 1º turno. Agora, já pode ser analisada em 2º turno pelo Plenário. Com as modificações sugeridas , a matéria passou a acrescentar o artigo 4º-A à Lei 22.256, de 2016, que institui a política de atendimento à mulher vítima de violência no Estado. O que resta é ensinar mesmo os pequenos enquanto ainda há tempo de aprender, prevenindo assim, a prática da violência. Pois, se depender de medidas protetivas e outros itens previstos em lei neste sentido, as mulheres estão cada dia mais ameaçadas. 

 

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