Mulher é indiciada por tortura e maus-tratos a criança em Divinópolis
Caso ocorreu em dezembro do ano passado; vítima tinha apenas um ano e sete meses
Ígor Borges
Uma mulher de 21 anos foi indiciada por tortura e maus-tratos contra um bebê de um ano e sete meses. O fato ocorreu em dezembro do ano passado, em Divinópolis, e as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) foram concluídas nesta quarta-feira, 24.
A mulher, que mantinha um relacionamento com o pai da criança, foi presa em flagrante pela Polícia Militar suspeita de inserir um objeto nas partes íntimas da vítima. Aos militares, ela confessou os fatos e admitiu as agressões como forma de castigo ao enteado, justificando o ato pelo desconforto causado pelas necessidades fisiológicas da criança. A prisão foi ratificada pela PCMG e, após análise da Justiça da Comarca, convertida em preventiva.
De acordo coma Polícia Civil, diversos levantamentos foram realizados durante as investigações, incluindo oitivas de testemunhas e elaboração de perícias.
A delegada Francielly Sifuentes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Divinópolis, disse que as investigações apontaram que não houve intenção de cunho sexual por parte da investigada, mas sim motivação por raiva e ciúmes, o que caracteriza o crime de tortura. Portanto, a Polícia Civil excluiu a hipótese de crime sexual.
— Além disso, os exames periciais revelaram que a investigada provocou lesões graves na vítima, resultando em possíveis debilidades permanentes, ainda passíveis de exames complementares, que deverão ser realizados um ano após o evento traumático. Outros resultados indicaram lesões antigas, atribuídas à negligência nos cuidados com a criança, configurando o crime de maus-tratos — esclareceu a delegada.
O inquérito foi encaminhado à Justiça com o indiciamento da investigada pelos crimes de tortura e maus-tratos. A investigada permanece presa.
Do caso
Á època, o Agora acompanhou o caso que chocou toda a população de Divinópolis e região.
Segundo a PM, a madrasta, de 21 anos, confessou ter inserido um desodorante no ânus do enteado, como forma de castigo por ele estar fazendo “cocô em excesso”. Ela foi presa por estupro de vunerável e tortura. A criança ficou internada no Complexo de Saúde São João de Deus, onde precisou passar por uma cirurgia no órgão.
A Promotoria da Infância e Juventude relatou que no dia do caso foi proposta a ação protetiva, em que ela ficará em família acolhedora, e que os agressores ficarão afastados por medidas restritivas e ela receberá todos os tratamentos necessários.
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