Morte de motorista completa dois meses

Investigação ainda está em curso; principal suspeito segue preso no Rio

Da Redação

A morte da motorista de aplicativo, Sheilla Angelis, de 36 anos, completou ontem dois meses. Apesar da Polícia Civil (PC) já ter divulgado os detalhes do crime, a investigação para a conclusão do inquérito ainda segue em andamento. 

A atualização mais recente foi a soltura de Letícia Joice de Oliveira Silva, de 22 anos, presa desde 1° de outubro. O alvará foi expedido no último dia 25. Ela foi detida com seu companheiro, Rafael Monteiro, de 24, que segue preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, no Rio de Janeiro, apesar do pedido de transferência para Minas Gerais. 

De acordo com a Polícia Civil, em informações divulgadas no início do mês passado, Rafael confessou ter assassinado a motorista. Já Letícia não teria envolvimento direto no crime, mas teria visto a ocultação do cadáver, encontrado semana depois na comunidade de Trindade, próximo a Marilândia.

Esclarecimento

Pelas redes sociais, o delegado que conduz o caso, Weslley Castro, comentou sobre a soltura. Segundo ele, Letícia não teria participação na execução da vítima.

— Trata-se de questão técnica, ela estava presa temporariamente por ser imprescindível às investigações, sendo que ela ao ser ouvida contribuiu integralmente com as investigações. Não há sequer um elemento sobre participação no latrocínio, havendo apenas na ocultação do cadáver — relatou.

Segundo o delegado, a pena máxima é inferior a quatro anos. Com isso, com base no Código de Processo Penal (CPP), “não poderia haver prisão preventiva”. 

— Além do mais, ela não possuía condenações anteriores para justificar prisão (garantia da ordem pública). Assim, não cabe também prisão preventiva, ou seja, antes da condenação transitada em Julgado — explicou.

Relembre o caso

Sheilla desapareceu no dia 9 de setembro, por volta das 18h30, após aceitar uma corrida. As investigações e depoimentos apontam que, no bairro Elizabeth Nogueira, Rafael colocou uma faca no pescoço de Sheilla e ordenou que ela saísse do carro. A motorista teria reagido e entrado em confronto corporal contra o agressor. Ele teria usado telhas jogadas no local para golpear a vítima. O homem ainda teria usado uma corda para enforcá-la e desferido golpes de faca. A corda também foi utilizada para amarrar Sheilla e colocá-la dentro do porta-malas do carro. O corpo foi deixado na comunidade de Trindade, próximo a Marilândia. 

O casal seguiu para o Rio de Janeiro, onde foi preso no dia 1° de outubro, após denúncia de animais presos no carro em razão do forte calor. Durante a averiguação, os policiais descobriram que o carro era roubado e, em Minas Gerais, a dupla já havia sido identificada pela Polícia Civil como os principais suspeitos do assassinato.

Uma equipe da PC em Divinópolis se deslocou até o RJ para colher os depoimentos. Segundo os investigadores, Rafael confessou a autoria e contou detalhes do crime. Letícia, por outro lado, afirmou que apenas tomou ciência do assassinato ao visualizar o companheiro ocultando o cadáver de Sheilla. Ela alega que tentou convencer Rafael a se entregar, mas foi ameaçada e, por isso, permaneceu em silêncio. 

As autoridades ainda investigam outros detalhes do caso, incluindo a possível participação de um terceiro suspeito, que poderia ter encomendado a morte de Sheilla. No entanto, até o momento, as provas apontam para o crime de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. 




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