Morre um dos baluartes da imprensa divinopolitana
Escritora e jornalista desfilou suas crônicas por mais de 20 anos neste diário
Jorge Guimarães
Divinópolis perdeu na última segunda-feira, o carisma e a escrita afiada da professora, jornalista e cronista, Maria Cândida Guimarães Aguiar. Ela morreu aos 92 anos de idade deixando um legado enorme que ficará marcado na imprensa e na história da cidade. Maria Cândida começou a escrever no Jornal A Semana, dos padres franciscanos e, por mais de 20 anos foi cronista do Agora, e com um linguajar duro quando preciso, sempre defendeu a “Cidade do Divino”, seja ela em qual causa fosse. Uma mulher à frente do seu tempo, foi membro do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e, em 2021, recebeu da Prefeitura de Divinópolis o prêmio Mulheres Destaque de Divinópolis. Ela foi sepultada às 17h do mesmo dia, no cemitério do Centro.
Cultura
Sempre ligada à cultura da cidade, realizava todas as quintas-feiras, sessões de cinema em sua casa, onde após cada uma, organizava um sarau de poesias, com seus convidados especiais. Mantinha também na garagem de sua casa, em meio ao jardim, um sebo, onde se podia garimpar entre LPs antigos, livros e, principalmente, textos que eram colocados quase nas grades do espaço.
Vida
A jornalista nasceu no dia 30 de setembro de 1931, e desde mais nova já apresentava suas habilidades na escrita, não por acaso, emprestou seu talento ao Agora, onde começou escrevendo duas colunas semanais. Muitas com críticas ácidas, principalmente a políticos que comandavam a cidade e aos legisladores da Câmara. Suas últimas publicações foram no início do ano passado, quando já começou a apresentar problemas de saúde em virtude da idade avançada. Mas mesmo assim, nunca deixou de participar dos acontecimentos da cidade por meio do grupo de WhatsApp Cine Clube, criado por ela.
Sempre ligada à leitura, cativou por anos, amizade com a escritora Adélia Prado. Foram muitos encontros e cafés que se imortalizaram entre as duas.
Homenagem
O Jornal Agora se solidariza com a família neste momento difícil, e presta homenagem à Cândida, seus filhos, parentes e amigos, relembrando neste espaço, partes de sua passagem por este diário.
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