Morador registra possível infestação de caramujos

Vigilância Ambiental informou que fará inspeção hoje

 

Da Redação 

Um morador de Divinópolis registrou o que seria uma infestação de caramujos africanos, no bairro Sidil, em Divinópolis. Segundo a Vigilância Ambiental, uma denúncia sobre o fato chegou até a pasta, que ficou de enviar hoje uma equipe ao local para averiguar a procedência dos animais. Eles são hospedeiros de um verme causador de problemas no trato digestório e infecções graves. 

A infestação registrada pelo morador Léo Costa é recente, mas, segundo ele, basta chover para que os caramujos tomem conta da calçada onde ele mora, na rua Serra do Cristal, no Sidil.

— Eu já fiz reclamação no aplicativo da Prefeitura, sobre o lote sujo, e citei esse problema na denúncia, mas nunca houve retorno. Ontem, abri uma denúncia no app, especificamente para a Vigilância Sanitária, e hoje cedo já recebi notificação, avisando que o problema será conferido — contou.

A Vigilância Ambiental, responsável pelo controle de pragas, informou que uma equipe irá ao local para averiguar se, de fato, se trata de uma infestação ou caso isolado. 

O morador aguarda a equipe. Orientações serão dadas de como proceder quanto ao descarte do molusco, que até parece inofensivo, mas é perigoso. 

Origem

Os caracóis ficaram popularmente conhecidos como caramujos africanos. Foram trazidos da África para o Brasil no início da década de 1980 para serem servidos como escargot, mas não tiveram boa aceitação e foram descartados na natureza, como contou um agente da Vigilância Ambiental de Divinópolis. 

Atualmente, é reconhecido como uma das piores espécies invasoras em todo o mundo, por causar impactos ambientais, econômicos e de saúde pública. No Brasil, o caramujo africano já foi registrado em 23 estados, ocorrendo em diferentes ecossistemas.

Impactos ambientais

De acordo com especialistas, um dos maiores prejuízos ambientais causados pela introdução do caramujo africano é a perda de biodiversidade, já que ele atua no ambiente como uma espécie exótica invasora que compete com as nativas por espaço e por alimento.

O caramujo se alimenta de quase qualquer coisa e, por isso, possui uma taxa de crescimento e reprodução rápida e elevada, além de não possuir predador. 

— O caramujo africano também pode servir como hospedeiro de vários parasitas que são nocivos à saúde humana — ressalta o veterinário Clóvis Carvalho. 

 Impactos na saúde

O caramujo também representa um perigo à saúde pública, já que pode transmitir doenças.

Segundo especialistas, os caramujos africanos podem ser hospedeiros intermediários. Isso ocorre quando um indivíduo se infecta acidentalmente ao consumir vegetais e moluscos contaminados com larvas de terceiro estágio liberadas no muco do molusco ao se movimentar. 

Uma vez ingeridas, as larvas migram através da corrente sanguínea para o sistema nervoso central (SNC), onde sofrem duas mudas e finalmente morrem sem poder completar o ciclo, causando a meningite. 

Como evitar a incidência de caramujos africanos

É necessário se desfazer de entulhos, fazer a limpeza de terrenos e lotes vagos, já que a proliferação de caramujos africanos acontece devido à falta de cuidados nesses locais.

Além dos cuidados preventivos, a Vigilância Ambiental informou sobre as providências que a população deve tomar ao encontrar o caramujo africano. 

— A melhor opção é a catação manual, com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. Este procedimento pode ser realizado nas primeiras horas da manhã ou no começo da noite, horários em que os caramujos estão mais ativos. Em seguida, a orientação é queimar o recipiente onde o animal foi depositado, sendo o saco plástico ou uma lata, para exterminar de vez o problema — orienta a pasta.

 

 



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