Monitor que custa R$ 18 mil foi comprado por quase R$ 40 mil, afirma documento apresentado por Print Júnior

Presidente fala em compras superfaturadas; outra denúncia é sobre aquisição de brinquedo mostrada com exclusividade pelo Agora

Da Redação

As polêmicas envolvendo a CPI da Educação, a cada dia ganha um novo capítulo. O Agora trouxe com exclusividade em sua edição de hoje, a foto e os valores pagos por um brinquedo possível de adquirir somente por meio de ata. Foram adquiridas pela Secretaria Municipal de Educação, 129 unidades, com o valor de R$ 9.990 cada. O valor gasto chegou a quase R$ 1,3 milhão. Na manhã desta terça—feira, 3, o presidente da Câmara, Eduardo Print Júnior (PSDB) apresentou em uma live esta e outras notas de outros materiais, também adquiridos pelo Município, com preços até dobro do valor, conforme pesquisas feitas em Divinópolis. Os documentos, segundo o presidente, comprovam a compra de diversos produtos por preços muito acima dos praticados no mercado.

— Alguns chegam a mais de 100% do valor — afirma.

Valores

Nas notas fiscais, obtidas através de requerimentos enviados pelo gabinete do vereador à Prefeitura, estão por exemplo a compra de carteiras escolares no valor de R$ 590 a unidade. Print Júnior explicou que há cerca de um ano, ele conseguiu, em parceria com o deputado federal Zé Silva (SD), a troca de 426 carteiras para quatro escolas da cidade. Cada uma saiu à época por R$ 276.

— É mais do que o dobro do valor. Neste caso, pode se dizer que é um descaso com o dinheiro público e falta de preparo para lidar com gestão. A cidade precisa pensar em sua saúde financeira, e o caminho é evitar gastos exorbitantes assim — argumenta.

Em outra nota fiscal, o vereador expôs a compra de um PlayBall no valor de R$ 9.990, o que o Agora detalhou na edição de hoje. Sobre esta aquisição, ele disse:

— É o preço que se paga para se fazer um playground em alguns bares e restaurantes, por exemplo. Os preços estão muito absurdos. Será que não tem ninguém na Prefeitura que saiba fazer uma cotação de preços? — indaga.

Ainda de acordo com Print Júnior, em entrevista à uma TV local na tarde desta segunda-feira, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) revelou não participar de nenhum processo licitatório, afirmando que não sabe qual empresa vence a licitação, seja ela qual for.

— É praticamente assumir que não existe uma gestão financeira analisada de perto. O prefeito, assim como sua vice, precisam estar a par de todos os movimentos que geram gastos para a cidade, especialmente sobre valores dessa natureza – disse.

Cotação na cidade

Os exemplos feitos pelo vereador têm como base orçamentos que o próprio edil fez para comparar com os preços praticados pela Prefeitura.

— Faltou trabalho em equipe ou boa vontade. São produtos que chegam a mais de 200% de diferença no valor. Um monitor de R$ 18 mil ser comprado por quase R$ 40 mil? Uma vergonha — completou.

O vereador finaliza dizendo que a compra destes produtos contradiz o discurso de campanha da atual Administração.

— Era cortar na carne, fazer uma gestão de fora pra dentro. Mas não é isso que vemos. Estes gastos superfaturados precisam ser apurados e esse será o trabalho da CPI — conclui.

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