Minas Gerais assume 2° lugar entre os maiores produtores industriais

Indústria mineira é diversificada e emprega mais de um milhão de trabalhadores

Da Redação

O setor industrial tem grande importância na estrutura econômica e social de Minas Gerais. O Estado conta com extensas cadeias produtivas como as do setor extrativo mineral, automotivo, metalúrgico, têxtil, alimentício, químico e farmacêutico. Em estudo divulgado no mês de maio, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a participação mineira no PIB do setor no país passou da segunda para a terceira posição.

O PIB industrial mineiro somou R$ 142,8 bilhões em 2018, representando 26,5% do total do estado. Entre 2002 e 2018, essa representatividade foi, em média, de 28,8%, acima da média nacional, que registrou 25,5% de participação no mesmo período. Em 2018, essa participação era de 21,8% na média nacional, confirmando um peso maior do setor industrial na economia mineira que na brasileira. 

O setor é ainda um importante gerador de emprego e renda, com 1.141.944 trabalhadores em Minas Gerais (dados de 2019), de acordo o Ministério da Economia, o que representa 23,1% do total de empregos formais no estado. A massa salarial paga pela indústria compreendeu aproximadamente 22,7% do total de Minas Gerais em 2019. 

Números 

De acordo com o Ministério da Economia, a indústria é a principal geradora de divisas de Minas Gerais, respondendo por cerca de 80% do valor exportado pelo estado. Em 2019, o setor exportou US$ 20,21 bilhões, principalmente para mercados como China, Estados Unidos, Europa e Argentina.

Dados da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF-MG) mostram que o setor industrial é o principal contribuinte na arrecadação tributária do estado. Juntas, as atividades extrativas e de transformação respondem por 49,9% do ICMS estadual. Se considerarmos também as atividades de distribuição de energia, essa contribuição atingiu 65% do total de ICMS arrecadado em Minas Gerais em 2019. 

Participação na produção industrial 

Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que, em uma década, ocorreu uma importante desconcentração da indústria brasileira, com redução da participação da região Sudeste no PIB industrial e aumento da participação das demais regiões geográficas: Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A pesquisa comparou os biênios 2007-2008 e 2017-2018.

Na região Sudeste, Minas Gerais foi o único estado que ampliou a participação na produção industrial nacional total, com aumento de 0,4 ponto percentual na comparação entre os biênios 2007-2008 e 2017-2018. Em contraste, os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo foram os que obtiveram as maiores quedas entre os 26 estados e o Distrito Federal – cerca de 4,4 pontos percentuais e 2,9 pontos percentuais, respectivamente.

Com esse resultado, Minas Gerais assumiu a segunda posição no ranking de maiores produtores industriais do Brasil, ultrapassando o Rio de Janeiro. Essa performance foi puxada, principalmente, pelo ganho de participação das indústrias extrativa e da construção, que avançaram 16,6 pontos percentuais e 1,3 ponto percentual, respectivamente, na comparação entre os biênios 2007-2008 e 2017-2018.

Crescimento 

Impulsionado pelos aumentos dos preços e da produção de minério de ferro, Minas Gerais registrou o maior crescimento na participação do valor adicionado da indústria extrativa brasileira. O estado aumentou sua participação de 6,8%, no biênio 2007-2008, para 19,4%, no biênio 2017-2018.

O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, se diz confiante no cenário econômico futuro.

— Acreditamos que a indústria deve crescer em torno de 4% neste ano, puxada pelos segmentos comoditizados e pelas exportações, mas também por setores do consumo interno. Isso já ficou bastante evidente nos primeiros três meses com um grande número de contratações. Estamos esperançosos com essa retomada econômica — diz Roscoe.

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