Mais de 400 pacientes já passaram pelo ambulatório da dengue

Postos de saúde e UPA também atendem pacientes com a doença; Secretária de Saúde alerta para aumento de casos

 

 

Bruno Bueno

Mais de 400 pacientes já passaram pelo ambulatório da dengue em Divinópolis. A informação foi confirmada pela secretária municipal de Saúde, Sheila Salvino, em entrevista exclusiva na tarde de ontem. 

O ambulatório começou a funcionar na última segunda-feira. A intenção, segundo o Município, é desafogar os postos de saúde e, principalmente, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto. 

Ambulatório

O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 07h às 17h, na Policlínica, localizada à avenida Getúlio Vargas, nº 550, no Centro.

— O local conta com uma equipe multiprofissional para atendimento de toda população e, juntamente com as unidades de atenção primária, será responsável pelo acolhimento, triagem e atendimento de pessoas com quadro clínico compatível com a dengue — informou a Prefeitura em nota. 

A secretária de Saúde, Sheila Salvino, reforça que o ambulatório está de portas abertas para a população. 

— É um ponto de apoio, um braço essencial adicional. É importante deixar claro que o paciente também pode continuar procurando a sua unidade básica de referência, ou se preferir, aqui o ambulatório. Os postos de saúde continuam na rotina normal — explica. 

Custos

O ambulatório está sendo custeado pelo Município. Divinópolis ainda não atingiu os números necessários para receber auxílio financeiro do Estado.

— A gente percebeu que as unidades de saúde, que já têm a sua rotina normal de atendimento, a mesma coisa a UPA, estavam tendo as suas rotinas intensificadas com o aumento do número de pacientes com o quadro de dengue — comenta a secretária.

O crescimento no números de casos preocupa as autoridades sanitárias de Saúde. Existe a possibilidade do horário de funcionamento do ambulatório ser ampliado. 

— Os três dias de atendimento foram intensos. Estamos trabalhando com a possibilidade de estender até 19h a partir da próxima segunda-feira, aumentando também o número de profissionais técnicos, como médicos e enfermeiras — acrescenta.

Números

O ambulatório atendeu 156 pessoas somente nas primeiras sete horas desta Quarta-feira de Cinzas. Ao todo, 417 pessoas foram atendidas nos primeiros dias de funcionamento. Os números foram contabilizados às 14h.

De acordo com dados do último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Divinópolis tem 1.623 notificações, 526 casos confirmados, 121 registros descartados e três mortes em investigação.

A faixa etária com mais notificações da doença é a de 20 a 29 anos, seguido por 30 a 39 anos. 55% dos casos foram registrados em mulheres e 45% em homens. 

Sintomas

Sheila Salvino destaca os sintomas clássicos da doença. 

— Dor pelo corpo, dor na região dos olhos, vermelhidão, coceira, febre, dor no corpo, dor de cabeça e dor atrás dos olhos — alerta. 

A secretária alerta que a Prefeitura trabalha para remediar os problemas, mas é importante que a população também trabalhe na prevenção.

— Tire 10 minutinhos dessa semana para a vistoria do seu domicílio. Se não tem um pratinho de planta com água, se não tem uma calha entupida represando água de chuva, etc — destacou.

O trabalho de todos é essencial no combate à doença.

— Se cada um puder contribuir com a sua parte, num pequeno tempo, durante a semana, a gente sabe que o impacto disso no cenário epidemiológico do município vem por consequência — concluiu.

Epidemia

Dados do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024, realizado no período de 8 a 11 de janeiro, apontam Divinópolis com "alto risco de epidemia" de dengue, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde. 

— A pesquisa foi feita em 168 bairros, com 6.070 imóveis vistoriados. O índice de infestação médio do município resultou em 8,3%.O 1º LIRAa demonstrou que 91% dos focos foram encontrados em residências e 9% em lotes vagos — explicou a Prefeitura.

O supervisor da Vigilância em Saúde Ambiental, Juliano Cunha, comentou os resultados.

— Mais uma vez, o LIRAa mostra que a maioria dos focos continua nas residências. A população precisa aderir, como prática rotineira, o combate à dengue. (...) Os agentes de saúde não conseguem sozinhos sem o apoio da população — destacou 

Os divinopolitanos podem notificar e denunciar locais com focos e reservatório do mosquito no número (37) 3229-6823.

 

 

 

 

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