Maior participação, maior faturamento

Maior participação, maior faturamento

 

Laiz Soares

Salários menores, demissões por conta de nossos filhos, dupla jornada de trabalho, números exorbitantes de assédios... E o que as pesquisas apontam? “Mulheres podem elevar o faturamento de empresas.” Como vivemos em um mundo contraditório! Enquanto a sociedade continua nos tratando como inferiores e desrespeitando nossos direitos, nós movimentamos economias, criamos empresas e alavancamos mercados.

 

Tentam nos desvalorizar, mas continuamos mostrando eficiência e determinação quando trabalhamos! Nós, mulheres, somos mais de 30 milhões, em um universo de 52 milhões de empreendedores. No mundo, somos referência, estamos em sétimo lugar no mundo com o maior número de mulheres empreendedoras.  

 

O lugar de liderança não é visto como lugar feminino. Nas empresas, as mesmas atitudes e comportamentos elogiados e vistos como características positivas de firmeza e liderança em homens são criticados em mulheres. Esse ambiente não nos acolhe, mas mostramos que pertencemos a ele, somos 48% dos empreendedores no Brasil. Ter um negócio quando se é mulher vai além da renda, é sinônimo de liberdade financeira e independência.

 

Apesar dos avanços pela construção de nossos próprios negócios, quando se trata das grandes empresas já existentes ainda há muito o que evoluir da representação feminina em cargos de liderança.  Segundo a BR Rating, agência de rating de governança corporativa do Brasil, apenas 3,5% das corporações têm mulheres atuando como CEOs e mais de 80% dos cargos de diretoria são ocupados por homens.

 

Como líderes, nós, mulheres, estimulamos a colaboração entre o time, criando um ambiente de confiança para críticas e opiniões, reconhecemos as conquistas da equipe e das pessoas que se destacam e sabemos motivar e engajar as pessoas equilibrando as doses de pressão por resultados e produtividade da equipe sem esgotá-la. Além disso, pesquisas reconhecem que empresas coordenadas por mulheres são mais diversas e com mais inovação!

 

Nada justifica a desvalorização feminina no mercado de trabalho! Os investimentos no empreendedorismo feminino são para ontem, precisamos de projetos de leis e iniciativas que tenham como foco o potencial que somos na economia.

 

Pensando nisso, o  microcrédito é um financiamento efetivo que pode colaborar para vida de milhares de mulheres, assim como para toda a sociedade. Ele oferece crédito para aqueles que se encontram excluídos do sistema financeiro tradicional e é uma alternativa inovadora para a redução do desemprego e para a inclusão econômica e social. 

 

Um bom exemplo nesse quesito são as linhas de créditos criadas por bancos exclusivamente voltadas para mulheres, com alvo em micro e pequenas empresas que tenham participação societária feminina igual ou superior. 

 

O microcrédito é um investimento estratégico pois apresenta taxas acessíveis, acompanhando o microempreendedor no local onde ele atua, o que  diminui a inadimplência e ainda tem pouca burocraciaalém de oferecer capacitação gerencial, acompanhamento e orientação para melhor aplicação do recurso, a fim de integrá-los de maneira competitiva ao mercado e abertura de conta corrente para todos os seus clientes, sem cobrar taxa de abertura e manutenção de conta.



*Laiz Soares é formada em relações internacionais pela PUC Minas e pela Essca na França. Atuou liderando equipes e projetos no setor privado, em ONGs e no Congresso Nacional. Idealizadora da Escola de Líderes.

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