Macron, uma vitória para a democracia
Macron, uma vitória para a democracia
Laiz Soares
Não é preciso entender muito sobre política para saber que estamos em um momento onde a polaridade fala mais alto. Nos dias de hoje, mais do que diálogos, propostas e resoluções para os problemas que enfrentamos, o cenário político se encontra cercado de uma briga ideológica e de extremismos.
Vemos todos os dias discursos de ódio e cancelamentos em todos os lados. A polarização política no Brasil atingiu um nível elevado de intolerância que supera até mesmo a média internacional. Segundo uma pesquisa de 2019 do Instituto Ipsos, 32% dos brasileiros acreditam que não vale a pena tentar conversar com pessoas que tenham visões políticas diferentes das suas.
Quando falamos de efetividade em ações que realmente transformem a sociedade, essa falta de diálogo é letal e antidemocrática. Mas, nesta semana, vimos uma luz no fim do túnel! Ao contrário do que muitos esperavam, por conta da polaridade que enfrentamos no mundo, as eleições presidenciais da França não foram consumidas pelo extremismo e vimos um presidente moderado à frente nos resultados.
A França, como exemplo de um país com cidadãos politizados, mostrou mais uma vez que a moderação, o diálogo e, antes de tudo, a democracia são inegociáveis. Emmanuel Macron, um político de centro, derrotou a líder de extrema-direita Marine Le Pen. Macron é defensor de um projeto humanista e já prometeu que trabalhará para uma sociedade mais justa. Em seu discurso, repreendeu apoiadores que vaiaram sua adversária e frisou que será um presidente para todos os franceses, não apenas aqueles que votaram nele.
O resultado dessa eleição na França é muito importante para todos. O que ocorreu este domingo na França é um sinal de esperança para o mundo, a moderação pode vencer o discurso de ódio e podemos ir além do radicalismo. A polarização compromete a tolerância e o respeito, nela adversários são vistos como inimigos. Segundo a organização Politize!, políticos e partidos extremistas são favorecidos por essa rivalidade, pois medidas extremas e questionáveis têm maior aceitação quando pessoas enxergam outro grupo como um inimigo perigoso que é preciso eliminar.
Nas eleições presidenciais brasileiras devemos seguir o exemplo deste domingo e valorizar, acima de ideais radicais, propostas concretas e políticas eficientes. Lembrem-se: “Onde dialogam pessoas sábias opiniões diferentes não geram conflitos, geram novas ideias”.
Para ir contra a polarização, um exercício democrático importante é entender que há sempre o que aprender e é necessário que estejamos abertos a escutar. Analise as informações, fatos e evidências, para depois formar uma opinião.