Litro do leite se aproxima dos R$ 6

Preços dos derivados também disparam para o consumidor final

Jorge Guimarães 

O mês de junho chegou com o preço do leite tendo aumentos sucessivos. No fim de maio, para se ter uma ideia, o litro de leite de caixinha (UHT) custava em média de R$ 4,29 a R$ 4,59, conforme a marca e sua composição, se integral ou desnatado, em média o mesmo valor do leite tipo C em saquinho. Porém, com o decorrer dos dias, o custo foi subindo aos poucos, para desespero dos consumidores. 

A comprovação dos aumentos ficou evidente nesta semana, quando as promoções terminaram. A reportagem foi a quatro lojas de redes de supermercados diferentes e constatou que o preço médio fica entre R$ 5 e R$ 5,79, conforme a marca do produto. Em se tratando dos maiores valores praticados, a alta chega a 10,66%, só na primeira semana de junho. 

Os diferenciados, como os sem lactose, mais caros, estão na faixa de R$ 5,85. Seus derivados não ficaram para trás e também tiveram seus preços elevados. Em pesquisa levantada também pela reportagem, o custo médio do quilo da muçarela no fim de maio era de R$ 32 – ontem o mesmo produto era vendido entre R$ 40 e R$ 45, conforme a marca e qualidade, o que representa um aumento médio de 32% em pouco mais de 30 dias. Dentre os derivados do leite, somente o tipo C, de saquinho, ainda se mantém na média de dias atrás, com preço girando em torno dos R$ 4,29 e R$ 4,39. 

— Esses aumentos não atingem somente as famílias que têm crianças. Mas nós, empresários, como no meu caso, que tenho um comércio de quitandas, fico na questão de repassar logo ou não os aumentos. O uso do leite nas broas, biscoitos, bolos e outras variedades é muito grande. Principalmente no pão de queijo, que leva o leite e o queijo ao mesmo tempo. Vamos aguardar, pois o último aumento que efetuei foi no início de abril. Mas tenho dó mesmo é das famílias que têm que se virar para colocar o leite para a criançada — avaliou Kleber Miranda.

 

Preços

A Associação Mineira de Supermercados (Amis) indica que o preço final que chega ao consumidor teve elevação por aumento do custo de toda a cadeia produtiva dos fornecedores. 

— Sentimos uma pressão no preço, em especial nos lácteos, como queijos e leite longa vida, além de feijão, ovos, arroz e óleo. O fornecedor tem explicado que sua cadeia sofreu alteração com o aumento dos custos de produção que foi impactado pela seca, guerra, preço das commodities, alta da energia elétrica e combustível. E essa alta já impacta o bolso do consumidor brasileiro, mas continuamos conversando com os fornecedores para que cheguemos num equilíbrio e possamos preservar, ao máximo, os preços — analisou o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala.

 

Alternativas

A entidade faz um alerta para os consumidores sobre os aumentos de preços, orientando-os a trocar marcas por opções mais baratas ou substituir itens por similares.

— Nossa sugestão é que o consumidor faça substituição de marcas ou itens se for possível, é sempre uma alternativa interessante, isso ajuda a segurar o preço. É uma questão de mercado — esclarece Claret.

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