Lá vem o apito da rede

 

 

R O T A T I V A

Maria Cândida

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 Lá vem o apito da Rede 

 Aí está de volta a passageira, o apito da Rede que chamava os trabalhadores ferroviários para a luta diária. E era uma festa com o bonde e os rapazes uniformizados a caráter, sapatos, boné, e muito orgulho. Nós, as moçoilas do tempo, quando ouvíamos o mágico chamado da locomotiva, corríamos para ver o espetáculo da máquina passar “uivando”...

No quadro mágico todo, o mais importante era o “bonde” que trazia os rapazes aprendizes, os mais garbosos do mundo. E exibiam mais ainda quando viam na beira da estrada férrea, nos morros desbarrancados, as belas do tempo, suspirosas por um “flerte” dos rapazes mais garbosos, todos de uniforme verde – oliva, verdadeiros príncipes encantados. As beldades casadoiras sonhando acordadas com nuvem de flores de laranjeiras...

Depois da viagem mágica, os então treinados já eram os poderosos ferroviários respeitados e admirados pela nobre função de se equilibrar sobre trilhos férreos mágicos.

Dentre os rapazes vencedores lá estava o rapaz João do Prado que, quem diria, viria a ser o pai da poetisa mais famosa da cidade, quiçá do Brasil e além-fronteiras...

E o apito do trem de ferro na curva ou não, langoroso e festivo, lembrava à cidade que era hora do “batente” até que o apito apitasse de novo para a chegada. Mas de tudo, o mais marcante e charmoso era o plangente apito da locomotiva marcando começo e fim de um sagrado serviço, cidade e região trabalhado na Rede Ferroviária Federal (RFFSA), antes de se tornar Rede Mineira de Viação (RMV) , um orgulho, onde os invejosos brincavam que aquela era a RMV- Ruim, Mas Vai...

Hoje, anos depois, o apito da Rede marca presença para novo serviço: lembrar que estamos em pleno tempo de covid-19 e é preciso nos resguardar.

...E o apito da Rede volta agora como salvador alertando a todos que é hora de nos prevenirmos vez que estamos em tempos de covid.

 ...E o charmoso apito da Rede, aí está a mais um serviço lembrando a hora de nos recolhermos e protegermos, para o bem de todos em tempos de covid.

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 Hoje, a Vila dos Ferroviários ou Esplanada, com suas casas privilegiadas, é um bairro dos mais bem cuidados da cidade, com Igreja, praça, banda de música, escola, uma das mais antigas da cidade, arborização e ajardinamento dos mais bem cuidados. 

 Vamos agora apitar na curva para outra história muito bonita: a chamada Rede tinha importantes lotes na rua Minas Gerais, vizinho do convento dos Franciscanos.

Pois a atenta, a professora Maria Ângela Sena Rabelo, então superintendente escolar, o adquiriu da Rede, em inteligente negociação. E hoje a Escola Roberto Carneiro, uma das mais conceituadas, lá está, marcando presença da generosidade da nossa Rede Ferroviária.

...E hoje, em plena presença da covid-19, lá estava o apito da Rede, marcando presença e alerta...







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