Hospital de campanha é desmontado

Estado levou em consideração queda dos indicadores para determinar desmobilização de leitos

Matheus Augusto

Começou, nesta semana, a desmobilização do Hospital de Campanha montado no estacionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em abril do ano passado. Devido à melhora dos indicadores, o Estado determinou a retirada de 30 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) adulto exclusivos para pacientes com covid-19, bem como 12 leitos de enfermaria adulto, e oito de enfermaria pediátrica. 

Mais de um ano após sua instalação, com o avanço da vacinação e a melhora dos indicadores, a estrutura chega ao fim.

 

Insatisfeito

Em visita recente à UPA, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) afirmou não concordar com a decisão, a qual classificou como precipitada.

— Se eu fosse governador, eu ainda não iria tirar esses leitos. É muito prematuro achar que essa doença acabou, mas, infelizmente, quem mantém é o Zema, o Estado — justificou.

 

Justificativa

O Estado já havia desmobilizado leitos no Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) e, em 1º de outubro, por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) em Divinópolis, determinou o prazo de 30 dias para a desmobilização na UPA.

Os argumentos que levaram à decisão foram: a baixa taxa de ocupação, cenário epidemiológico favorável, posição favorável da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), prazo de ao menos 30 dias para desmobilização dos leitos e insuficiência da UPA para fins de absorção dos pacientes da microrregião, tendo em vista o número de leitos que foram transformados exclusivamente para covid, o que ocasionou a reorganização da porta de entrada para outros cidades (Pará de Minas, itaúna e Cláudio). 

Outro motivo alegado é que o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) e o Hospital São Judas, de Oliveira, informaram interesse e disponibilidade para, em caso de colapso futuro, abrir leitos extras em suas unidades para contribuir com o atendimento.

— A taxa de ocupação dos leitos UTI da macrorregião Oeste tem ficado consistentemente abaixo dos 40%, tendo alcançado 29% na semana atual. Com a desmobilização, o total de leitos da macro passará de 169 para 139, resultando em uma taxa de ocupação de 35%, ainda favorável — informou a Superintendência.

— Ficarão remanescentes na UPA Divinópolis 20 leitos de suporte ventilatório pulmonar. A UPA Divinópolis será, novamente, conforme fluxo normal, a porta de entrada na rede (para cadastro no SUSFácil) dos pacientes covid e não covid dos municípios de Divinópolis, São Sebastião do Oeste, Carmo do Cajuru, Araújos, Perdigão e São Gonçalo do Pará. Uma vez dada entrada, a regulação SUS Fácil encaminhará os pacientes para a porta disponível mais próxima — destacou.

Assim, espera-se, gradativamente, retornar ao funcionamento anterior à pandemia.

—  A microrregião de Divinópolis contará, a partir de então, com apenas 12 leitos de UTI no Complexo de Saúde São João de Deus. Tais leitos têm a característica de atender toda a macrorregião, em especial casos de alta complexidade, covid associada a outras comorbidades — explicou.

 

Contexto

Logo no início da pandemia, em abril de 2020, contêineres foram instalados no estacionamento da UPA para o atendimento exclusivo de pacientes com sintomas da covid-19. O objetivo era criar um ambiente separado de atendimento e evitar a proliferação da doença, além de ampliar o número de leitos disponíveis na cidade. 

Na oportunidade, anunciou-se 40 leitos ‒ 20 de CTI e 20 de enfermaria, além de equipamentos necessários, como insumos médicos.

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