Holocaustos atuais

CREPÚSCULO DA LEI – Ano V – CCLIX

(ADVERTÊNCIAS: 1. Todo e qualquer terrorismo é criminoso e inaceitável; 2. Todo o valoroso povo judeu dever ser respeitado e eventuais críticas aqui feitas se direcionam à política de extermínio praticada pelo Estado de Israel; 3. Este texto é desaconselhável para quem não estuda o conflito, desconhece a “Nakba”, o Sionismo, a colonização e o “Apartheid” imposto aos palestinos.)

  

Quando o povo judeu foi vítima do holocausto na Segunda Guerra (1939 – 1945), imaginava-se que tal tragédia não mais aconteceria. Imaginava-se que as promessas da razão humana trariam elementos capazes de impedir novas barbáries daquela espécie.

Engano.

A barbárie não só se repetiu, como também foi sendo perpetrada pelo próprio Estado que foi formado em decorrência daquelas tragédias, ou seja, o Estado de Israel repassa sofrimento de igual monta e impõe ao povo palestino um conjunto de barbáries nos mesmos moldes do execrável nazismo.

Ocorreu terrorismo logo depois da guerra (1946), quando um grupo terrorista de Israel chamado IRGUN intensificou uma série de atentados contra a Inglaterra, sendo um dos mais famosos o ocorrido contra o Hotel King David, em 1946, matando mais de noventa pessoas.

O objetivo era obrigar a Inglaterra – que controlava a Palestina – a ceder aquele território para um “Estado de Israel”. Cogitava-se até mesmo em um território na Argentina, bem como em Gana, na África, mas o escolhido mesmo foi o território palestino, e ali deveriam ser constituídos DOIS ESTADOS, PALESTINA E ISRAEL.

Entretanto, a Palestina jamais teria seu Estado e começaria ali o seu próprio holocausto.

A Palestina - que já foi a grande região de Canaã, batizada em grego por “Philistia”, terra dos filisteus - foi atacada e invadida em 1948 pelo exército de forças israelenses com apoio anglo-americano. Essa data (15 de maio) é conhecida por “NAKBA”, ou seja, a catástrofe.

Mais de 1 milhão de palestinos foram expulsos de suas casas, obrigados à fuga, bem como outros obrigados a não retornarem. Seguiram-se outras dezenas de ataques terroristas contra os palestinos

Atualmente a população palestina encontra-se recolhida à apenas duas porções de terra, em condições de colonização e Apartheid: a faixa de Gaza e a Cisjordânia.

A faixa de Gaza é o maior campo de concentração a céu aberto do mundo, com mais de 2 milhões de pessoas vivendo em condições subumanas em uma área equivalente ao “plano piloto” de Brasília. Nesta área são mortos, torturados e submetidos a toda espécie de degradação possível.

No “inferno” da faixa de Gaza os mais velhos não resistem ao terrorismo. A média de idade é de 17 anos. A região é cercada e não existe liberdade de locomoção. O desemprego é acima de 80% daqueles miseráveis, já que quase 60% da população “vive” na extrema pobreza e dependem da doação lenta e regrada.

Lá, na faixa de Gaza, metade das mulheres grávidas estão anêmicas, assim como metade dos bebês. Nos últimos dois anos o povo palestino está tendo eletricidade apenas 4 horas por dia, e o acesso à água só é permitido a cada cinco dias e por um período de 3 a 5 horas.

Como se não bastasse, 96% da água foi propositalmente contaminada por ato do Estado Israel, o qual também destruiu, por bombardeio, toda a infraestrutura de saneamento, hospitais e escolas. Qualquer atendimento médico depende de autorização para locomoção, quase sempre negada. Apure-se todo terrorismo.

O bloqueio de Israel é terrestre, naval e aéreo. Qualquer tentativa de uma Frota da Liberdade em socorrer a Palestina pode gerar a morte até de jornalistas, como já aconteceu. Apure-se todo terrorismo.

Antes de se atribuir “todo terrorismo” à Palestina, o que dizer do Estado que a oprime? 

Antes de tudo a Palestina existe, e ali tem um povo faminto, encurralado, empobrecido, espoliado, roubado e massacrado por gerações. 

Por absurdo, o segregacionismo de Israel até estabeleceu que a menoridade para os palestinos é de 12 anos. Crianças são presas e torturadas, com total impedimento de comissões internacionais de direitos humanos para inspecionarem.

Israel impõe muros e divisas, toma dos palestinos os melhores terrenos e impõe a eles todas as dificuldades de locomoção para as escassas aberturas dos portões de trânsito. Famílias inteiras são separadas. Casas demolidas por qualquer suspeita. Tiros a esmo contra os transeuntes palestinos. Subtração de corpos e impedimentos de funeral.

Muita barbárie e fale-se em “guerra”. 

Guerra é um conflito armado entre dois Estados. A Palestina não é um Estado reconhecido por Israel. Jamais foi e jamais será, a não ser para declarar-lhe guerra e bombardeá-la. Justo por Israel, que é a quinta maior potência militar do planeta, inclusive nuclear.

Antes de qualquer julgamento dos incautos, a Palestina vem sendo submetida às maiores violações de direitos humanos do planeta. A comunidade internacional jamais lhe deu ouvidos. Apure-se todo o terrorismo.

Por sua vez, o Estado de Israel não cumpre NENHUMA resolução da ONU que lhe determina a cessação destas práticas. A ONU, por sua vez, também não faz muita questão de que elas sejam cumpridas. Assim, se todo terrorismo é condenável, apure-se e condene-se devidamente a todos envolvidos. Todos mesmos.

 

 

 

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