Guerra afeta diretamente o bolso do consumidor

Preço da carne se estabiliza e da cerveja aumenta

 

Da Redação

O confronto entre a Rússia e a Ucrânia está afetando diretamente o bolso do consumidor brasileiro,  em especial na alimentação. E um dos rituais mais costumeiros para muitos brasileiros, o de reunir familiares e amigos no fim de semana para se confraternizar, tem no cardápio o churrasco e cerveja. Mas essa combinação pode ficar ainda mais salgada nos próximos dias. Isso porque a guerra já afetou a importação da cevada, um dos principais ingredientes da cerveja, segundo levantamentos da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), e o ato, juntamente com a alta da energia e dos combustíveis, já está impactando nos preços da bebida.   

— Diversas cervejas já aumentaram seus preços. Até agora só uma permanece com o mesmo valor. O percentual, entre 5 e 10% de aumento, varia de acordo com cada marca — revelou o gerente de um  restaurante na cidade, Fernando Moreira.

 

Preços

A reportagem esteve ontem em duas lojas de supermercados e conferiu os preços de duas marcas, mais populares. Uma delas, que até pouco tempo era vendida, em média,  a R$ 2,69, estava R$ 2,89, aumento de 7%. Já a segunda, que até um mês atrás custava R$ 2,89,  agora sai por R$ 3,29, registrando uma alta média de 13%. Na outra loja, os preços eram praticamente iguais, diferenças apenas de centavos.

— Há muito tempo não tenho saído para barzinhos e baladas. Fica muito caro e, mesmo com esses pequenos aumentos, prefiro comprar aqui e levar para casa e fazer um tira-gosto. E ainda assim, quando venho aqui, só compro as que estiverem em promoção — disse o aposentado Carlos Alves. 

 

Carne

No caso da carne bovina, a elevação estimada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), se dá devido aos preços do milho e da soja, que afetam diretamente no custo final de produção. Conforme a associação, novos reajustes poderão ocorrer.

— No momento, estamos vivendo o período da safra e tendo muita oferta de animais e preços bons. Por isso, os preços, nos dias atuais, estão se mantendo estabilizados, depois de vários aumentos, pelo menos por enquanto — avaliou o proprietário de um dos açougues mais tradicionais da cidade, Kilderson Neylon de Oliveira.

— No meu estabelecimento, a carne considerada de segunda custa cerca de R$ 30 e, a de primeira, entre R$ 35 e R$ 45.  Já a costelinha e lombo de porco, R$ 19,90 — contou.

 

Supermercado

Nesse estabelecimento, ontem, o acém e a paleta eram comercializados a R$ 29,90, o músculo a R$ 24,90 e o fígado a R$ 15,98. Já o patinho e a chã saíam por R$ 36,90, a alcatra a R$ 42,90 e a chã de fora a R$ 34,90. Já a  carne suína, o lombo aparado custa R$ 24,90 e completo R$ 19,90. A costelinha era vendida a R$ 20,9 e o pernil traseiro a R$ 13,98. 

— Com esses preços nas alturas, a carne bovina lá em casa entra cada vez menos no nosso cardápio. Vou intercalando carne de frango e de porco, ao longo da semana. Temos que nos virar para o dinheiro dar até o fim do mês — disse a dona de casa Simone Martins. 

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