Gasolina foi a vilã em 2021
Combustível teve 11 aumentos e acumula uma alta de 73% em 2021
Da Redação
A Petrobras tem como estratégia para elaborar os preços dos combustíveis e seus derivados o custo do petróleo no mercado internacional. E com a desvalorização do real frente ao dólar, quem sofreu em 2021 foi o consumidor brasileiro, que viu a estatal aumentar 11 vezes o preço da gasolina ‒ que acumula uma alta de 73% no ano. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nenhum produto teve tanto aumento no país no período como a gasolina.
Roda viva dos preços
O divinopolitano, como todo brasileiro, começou o ano com a Petrobras aumentando o preço da gasolina ao apagar das luzes de 2020. Mais precisamente no dia 29 de dezembro, a estatal elevou em 5% o custo nas bombas, o que fez com que o valor médio da gasolina na cidade girasse em torno dos R$ 4,60. Mas não durou muito, no dia 19 de janeiro, os noticiários já davam conta de novo aumento, o primeiro do ano, quando a gasolina somou ao seu custo nas refinarias o valor de R$ 0,15, no litro. Assim, com mais um acréscimo no fim do mês, dia 28, o preço médio chegou a R$ 4,92.
Fevereiro
Em fevereiro, com mais uma elevação, de R$ 0,22 nas refinarias, o preço da gasolina já passava dos R$ 5, oscilando entre R$ 5,19 e R$ 5,39 na bomba. Seria o segundo no ano de muitos.
Março
Em março o aumento já foi logo no segundo dia ‒ uma elevação de 4,8%. Na cidade, o preço médio chegou a bater na casa dos R$ 5,89. Uma semana depois, a Petrobras anunciou mais um acréscimo, dessa vez de 9,2%. Assim, o valor médio na cidade ficou em R$ 6,09. Mas a estatal deu uma esperança ao consumidor brasileiro ao anunciar uma redução do custo no dia 19, uma diminuição de 4,95% nas refinarias. Ainda no fim do mês foi anunciada mais uma redução no preço, de 4,1% nas refinarias.
Abril
Mas, como sempre acontece, as reduções, muitas das vezes, não chegam ao consumidor final em tempo hábil. Assim, nem deu para aproveitar a queda no custo: em meados de abril, novo aumento, de 0,76%, foi emitido. Começa uma gangorra nos preços do produto.
Maio
Maio começou com redução de 1,9% no litro. Mas, quando tudo parecia estar tranquilo no mercado de combustíveis, começaram os burburinhos de que um novo aumento estava a caminho.
Junho
Muita gente comemorou o fato de junho não ter tido nenhuma elevação, mas a alegria durou pouco. O anúncio estava guardado para o próximo mês.
Julho
O mês de julho trouxe um reajuste de 6,3% e o preço médio na cidade chegou a R$ 6,29. Houve muita reclamação e muita gente deixou o carro na garagem.
Agosto
O preço do litro do combustível nas refinarias subiu R$ 0,09, para R$ 2,78, em 12 de agosto, o que representou um reajuste de 3,34%. Foi o nono aumento da gasolina em 2021, que, conforme dados do IBGE, registrava alta naquele mês de 27,5%, no ano, e de 37%, em 12 meses
Setembro e outubro
Desde o aumento em agosto até outubro, os preços se comportaram dentro da média, mas, logo no início do mês 10, nova alta de R$ 0,22 no litro, nas refinarias, agitou novamente o mercado. E, como se não bastasse, nos últimos dias do mês, houve novo aumento ‒ dessa vez, de 7%, mas também, até o momento, o último do ano.
Novembro e dezembro
Desde o último aumento, ocorrido em outubro, o preço médio verificado na cidade está entre R$ 6,75 e R$ 7,09 ‒ e deve assim permanecer, pelo menos é o que esperam os consumidores.
Greve
As constantes altas culminaram em outros problemas. Caminhoneiros que transportam combustíveis em Minas Gerais e o Governo do Estado não se entenderam e houve protesto, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Combustíveis (Sindtanque), contra a alíquota de do Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS). Dezenas de caminhões ficaram parados, o que provocou desabastecimentos em algumas cidades.
Divinópolis
Nesses dois dias de greve o que se viu em Divinópolis, no primeiro dia, foram longas filas formadas em todos os postos da cidade, o que chegou a afetar o abastecimento de alguns deles.