Frio devolve preocupação com covid e doenças respiratórias

Alta em regiões do estado será abordada por secretário em coletiva nesta manhã; em Divinópolis, o cenário é estável

 

Matheus Augusto

A chegada do frio trouxe, para além da queda de temperatura, a preocupação com a covid. Com o fim do pico da variante ômicron e a desobrigação do uso de máscaras em ambientes fechados, o clima era de página virada. No entanto, a mudança climática gerou um cenário favorável a doenças respiratórias e, consequentemente, o aumento de casos de coronavírus.

 

Estável

Em Divinópolis, o cenário de hospitalizações é estável. Apenas um adulto está internado com covid na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Mônica. Ou seja, 40 leitos estão disponíveis 2,44% de ocupação. 

No setor de enfermaria, são cinco pacientes nos 71 leitos disponíveis, com taxa de ocupação de 7,04%.  

— Dois leitos ocupados por covid-19 foram registrados no Hospital Santa Mônica, sendo eles na área suplementar adulto. Há também registro de três pacientes internados na enfermaria adulta do Complexo de Saúde São João de Deus, nos leitos de saúde suplementar — detalhou a Secretaria.

 

Mortes

Conforme o painel de monitoramento da doença em Divinópolis, a cidade segue com o número de óbitos estabilizado. O último registro de crescimento de mortes pela doença ocorreu entre janeiro (16 óbitos) e fevereiro (24) deste ano. Desde então, os números caíram e se mantiveram no patamar mínimo. Em março, seis pessoas morreram por covid. Em abril e até a presente data de maio, apenas uma morte em cada mês.

O grupo mais vulnerável à doença, comprova o gráfico, são as pessoas com mais de 60 anos. Dos 709 residentes que perderam a vida pela doença em Divinópolis desde o início da pandemia, 88% tinham comorbidade. Entre os principais fatores de risco estão: idade, doença cardiovascular, diabetes e hipertensão.

Os bairros com mais mortes são: Centro (80), São José (40), Esplanada (31), Bom Pastor (25), Niterói (24), Porto Velho (22), Afonso Pena (21), Danilo Passos (20). 

 

Atualização

Diante da piora, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, concederá uma coletiva hoje, às 10h30, para atualizar o cenário da pandemia. Entre os temas a serem abordados está o "aumento de casos de covid-19 em algumas regiões do estado e sobre a vacinação contra a covid e outras doenças”.

Na última semana, o secretário já havia destacado que, com a queda da temperatura, era esperado um ambiente mais propício à disseminação de doenças respiratórias. No entanto, devido à satisfatória taxa de imunização, não havia temor do aumento considerável de casos graves ou mortes.

O alerta foi reforçado, nesta semana, em comunicado oficial do governo estadual. A principal preocupação tem foco em dois grupos mais suscetíveis a doenças respiratórias: crianças e idosos. 

Essa baixa adesão nos preocupa muito, porque a doença da covid agora é sazonal e este é o pior momento do ano em relação a essa doença. Então, é muito importante lembrar a todos de tomar a vacina, tanto as crianças, quanto os adultos e idosos, para que a gente atravesse este momento de maior risco de contaminação. A vacina é a única arma para vencermos essas infecções. Isso nos preocupa e vale esse puxão de orelha. Quem ainda não tomou vá até o posto de saúde e garanta a sua proteção afirma o secretário.

Conforme os dados da pasta, apenas 35% das crianças completaram o esquema vacinal primário em Minas Gerais e somente 22% dos idosos receberam o segundo reforço.

Estamos chegando na última semana de maio, iniciando o mês de junho, quando começa o inverno, e um ponto que nos preocupa muito é a baixa adesão à vacinação. Nós temos muitas crianças que não buscaram a segunda dose ainda. Temos, também, os idosos que têm que tomar a segunda dose de reforço, ou seja, a quarta dose explicou Baccheretti.

No estado, o cenário é de novo avanço da doença. Nas últimas 24h, entre segunda e terça, a SES-MG registrou 4 mil casos confirmados e 42 mortes. Para fins de comparação, no início deste mês, a secretaria chegou, no mesmo período de 24h, a registrar apenas 825 confirmações e nenhum óbito.

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