Fica a lição

O dia 8 de janeiro de 2023 entrou para a história do Brasil como o dia em que vândalos, tomados por um ódio sem tamanho, tentaram dar um golpe de Estado. Quatro dias se passaram desde os ataques aos prédios dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em Brasília. O que mais chama a atenção é o fato de que os atos de depredação foram praticados por brasileiros que se dizem patriotas. A ação que chocou o país e o mundo ainda ecoa. A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal divulgou ontem, a lista de mais 763 presos na ação, entre eles alguns divinopolitanos. O balanço, segundo o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, é de que a Polícia  Federal (PF) lavrou, até o início da noite de terça-feira, 1.261 autos de prisão e apreensão em decorrência dos atos golpistas. Entre dados, que continuam a subir, e o eco destes atos, há uma simples pergunta que não quer calar: Por que homens, mulheres, jovens, idosos, praticaram este vandalismo no último domingo? Por que?

Apesar de ainda ecoar, ainda não há a resposta para esta pergunta: por que? Alguns dizem que é para salvar o Brasil. Mas de que? De quem? Outros dizem ainda que é para melhorar o país. Mas Lula (PT) assumiu há pouco mais de 10 dias. Outros dizem ainda que é em nome da ala conservadora, que tem os princípios cristãos. Mas o que mudou ou ameaça esta ala que se autodenomina conservadora? A grande verdade acerca disso tudo é que quem estava lá nem sabe de fato o porquê. Não tem uma explicação justa, plausível, ou minimamente aceitável. Foram por ir. Foram porque são massa de manobra. Foram porque foram manipulados, porque compactuam com ideias fantasiosas, que foram plantadas por um único motivo: causar o caos, o medo na população. Em nome de que? Essa resposta é fácil de dar.. Não aceitam ainda  o resultado das urnas, porque o seu candidato não foi eleito, caso contrário estaria tudo certo. Ameaçaram a democracia, conquistada a duras penas há pouco menos de 35 anos, em nome de algo que nem eles mesmos sabem. 

Hoje, já não é mais possível caracterizar essas ações como delírio coletivo. É terrorismo. Hoje, os que estão presos, reclamando da comida e etc, experimentam a “Lei da Ação e Reação”. Parecem não gostar. Afinal, é como diz o ditado “pimenta no olho do outro é refresco”. Experimentam do próprio veneno e gritam aos quatros cantos – aliás continuam gritando – que são pais e mães de família. Que são cidadãos de bem. Mas, é isso que um pai, uma mãe de família, um cristão faz? Definitivamente não. O pior de tudo – ainda tem pior – não é nem saberem o motivo, mas usarem o nome de Deus em vão. O dia 8 de janeiro ecoa e ecoará durante muito tempo. Fica a lição de que tudo  que vai, um dia volta. O povo precisa aprender de fato a ser cristão.

 

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