Festa e fogueira para aquecer o frio!

Festa e fogueira para aquecer o frio!

No mês de junho muitas festas em torno da fogueira acontecem, as tradicionais “festas juninas”, com quadrilha, barracas de comidas e bebidas além da tradicional fogueira. Muitos celebram apenas para se aquecer do frio do inverno, recém chegado. Para os católicos, um dia muito festivo é o Dia de São João, comemorado em 24 de junho para lembrar o dia em que nasceu João Batista, o profeta que previu o nascimento de Jesus Cristo. A data cristã é celebrada em diversos países. No Brasil, o dia de São João é comemorado, de norte a sul, no formato de festa junina. O maior símbolo dessa comemoração é uma fogueira.

Com São Pedro e Santo Antônio, São João é um dos santos mais populares do mundo. É considerado, ainda, o primeiro mártir e o último dos profetas.

Para quem não conhece, vou escrever um pouco sobre a história de São João. São João nasceu no dia 24 de junho, em Israel, na cidade de Aim Karim, situada a seis quilômetros de Jerusalém. Seu pai era sacerdote e chamava-se Zacarias. Sua mãe, conhecida como Santa Isabel, era prima de Santa Maria, mãe de Jesus.

O casal nunca tinha tido filhos. Estudos indicam que, além de idosa, Santa Isabel era estéril. No entanto, um dia, o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que eles teriam um filho e ele deveria se chamar João. O acontecimento foi considerado um milagre.

Segundo a Bíblia, o futuro profeta aprendeu a ler e a escrever com os seus pais. No final da sua adolescência, seu pai, Zacarias, morreu e ele passou a sustentar a sua mãe. Quando ela faleceu, a vida de João Batista tomou outro rumo.

Já adulto, João foi morar no deserto da Galileia com o objetivo de fazer pregações às margens do rio Jordão. Ele vivia uma vida precária, agasalhando-se com roupas feitas de peles de animais. Mesmo vivendo uma vida difícil, João era acompanhado por vários seguidores, que acreditavam em suas pregações.

Na sua fala, João pedia que as pessoas se arrependessem dos seus pecados. Para o completo arrependimento, ele as batizava nas águas do rio Jordão. Por esse motivo, o futuro santo ficou conhecido como João Batista.

Em sua passagem pelo deserto, João passou a ser considerado profeta ou “homem enviado por Deus”. Foi no deserto que ele anunciou que Jesus seria o messias e que chegaria para salvar a humanidade. João Batista também batizou Jesus.

João é lembrado como o primeiro mártir da Igreja. Segundo o Novo Testamento, o profeta denunciou a vida adúltera do rei Herodes Antipas. O monarca havia se envolvido com sua ex-cunhada, Herodíades.

Em uma festa, Salomé, filha de Herodíades e sobrinha do rei, dançou para ele, encantando-o. Embriagado, Antipas disse à moça que faria qualquer coisa que ela quisesse. Salomé, incentivada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja. Antipas, então, ordenou a prisão de João Batista, que morreu degolado na cadeia, no dia 29 de agosto.

João Batista é lembrado por ser santo, pregador, mártir, justo e o último dos profetas. A sua imagem mais conhecida é a da pintura seguinte, na qual ele segura um bastão em forma de cruz.

Pesquisas apontam que as primeiras festas de São João foram celebradas na Idade Média. Essa comemoração, com a de São Pedro e a de Santo Antônio, é conhecida como a festa dos santos populares.

No Brasil, as festas juninas costumam ser dedicadas aos três santos. A festa de São João Batista é celebrada no dia 24 de junho, em todos os estados brasileiros, especialmente nos da região Nordeste

O evento comemora o nascimento de São João, a importância da sua figura e o anúncio que ele fez da vinda de Jesus Cristo.

A fogueira como símbolo de São João originou-se pelo fato de antes do nascimento de São João, Santa Maria perguntou à sua prima Isabel como ela saberia do nascimento. Então Santa Isabel disse que, nesse dia, ela acenderia uma grande fogueira para que, de longe, a prima soubesse que o bebê havia vindo ao mundo. Por esse motivo, a fogueira é o símbolo principal do Dia de São João.

 

Alguns trechos de músicas, frases e poemas sobre festa junina.

Prá dançar quadria no sertão é mais mió

sanfoneiro e violeiro tomam conta do forró

não precisa orquestra pra animar a festa

o fungado da sanfona vai-se até o nascer do sol(bis)

 

Piriri piriri piriri

Toca o fole na palhoça

piriri piriri piriri

como é bom São João na roça

(Luis Gonzaga)

 

“O Inverno esfriou o sermão

O padre seguiu com a procissão,

A noite era só escuridão

Acenderam a fogueira, surgiu o clarão

Alegria e comunhão

É festa de São João”

(Welber Tonhá)

 

Lua cheia iluminando o céu

Fogueira ardendo na terra

Corações entrelaçados

Abraços apertados

No arrasta pé da paixão

Era noite de São João.

 

Damas vestidas de chita

Cavalheiros com chapéu na mão

A quadrilha marcava a festa

Como manda a tradição

(Augusta Schimidt)

 

“Aqui,na noite antiga de garoa e frio fino,

subiam balões de luz

em honra do primo de Jesus,

São João Menino.

 

E em nosso coração

cada balão,

subindo rápido e em linha reta,

era o próprio João Menino

se transformando em João Profeta.

 

Era o profeta

que parecia o clarão da madrugada,

antecedendo a chegada

do grande Sol nascente, da maior luz:

o Cristo Jesus.”

(Ruth Sales)

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Welber Tonhá e Silva 

Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09

Historiador, Escritor, Pesquisador, Fotógrafo e Fazedor Cultural.

Instagram: @welbertonha

 

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