Fazer política e ser político

Fazer política e ser político 

 

Faltam pouco menos de 30 dias para o fim de 2021, e o balanço da política local não é dos melhores. O povo divinopolitano vê mais um ciclo se encerrar, sem a cidade ter grandes conquistas, e muitos, muitos episódios que colocam em xeque a credibilidade dos políticos ‒ O que não chega a ser novidade, visto que políticos costumam ser praticamente todos iguais . Mas, por aqui, onde a política realmente acontece, quando a população tem a oportunidade de acompanhar, de cobrar, de fiscalizar, é no mínimo desolador pensar que nem essa proximidade com o povo é capaz de intimidar aqueles que foram eleitos para representar uma população de mais de 240 mil habitantes. Sem sombra de dúvidas, chegamos ao fim do ano com o sentimento de desesperança na política – mais uma vez. Aqueles que a uma hora dessas, no ano passado, gritavam aos quatro cantos da cidade que seriam e que fariam a diferença, hoje são mais do mesmo. Não se vê nada de novo. 

Talvez poderíamos nos justificar com a inexperiência. Afinal de contas, o Poder Legislativo e o Poder Executivo foram renovados. Na Câmara, nove vereadores estão em seu primeiro mandato, e representam a maioria; cinco foram reeleitos e dois voltaram após perderem as eleições de 2016. Talvez poderíamos nos pautar sob a desculpa que, até que tudo se alinhe, é normal esse desgaste. Poderíamos dizer que está muito cedo para cobrar uma grande evolução, afinal, foram “só” 365 dias e o “povo já quer que mostre trabalho”? Mas, não, o fato é que muitos dos que foram eleitos, inclusive para assumir a Prefeitura, são políticos, porém, não sabem fazer política. O fato é que a maioria daqueles que foram escolhidos pelo povo praticam mesmo é politicagem e estão muito longe de cumprir o seu papel. E, diante deste cenário desolador que a política atual enfrenta, a pergunta é: vai melhorar?

 

Talvez essa pergunta não tenha resposta, ou seja melhor nem responder, pois, se for analisado com calma, mudança de cenário é uma coisa que o divinopolitano não pode esperar. Um ano novo chegará em pouco menos de 30 dias e, junto com ele, as eleições majoritárias e milhares de candidatos, que serão apoiados pelos vereadores e pelo grupo político do prefeito, Gleidson Azevedo (PSC). Com o atual cenário da política local, não tem como criar grandes expectativas, afinal, um processo reflete no outro e, quando a “coisa” já não é das melhores, só mesmo um milagre pode salvar o povo, que continua em busca de um grande herói. Dentre os milhares de desejos para o próximo ano, está o de que os políticos aprendam a fazer política e a usem como ponte. Ponte para a educação, saúde, para o desenvolvimento, enfim, ponte para o futuro. O desejo é que deixem de fazer politicagem e que encontrem o caminho que trará melhorias para todos. 

Pois, se a situação continuar como está, e com o que está por vir pela frente, as expectativas não são as melhores. Afinal, se tem algo que a população precisa é de mais política e menos politicagem.

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