EXCLUSIVO: Motoristas do transporte coletivo podem parar a qualquer momento
Profissionais seguem sem acordo para reajuste salarial e outras reinvindicações
Sem acordo para o reajuste salarial e outras reivindicações, os motoristas do transporte coletivo de Divinópolis podem anunciar a paralisação total a qualquer momento. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sinttrodiv).
Desde o início do ano, a categoria busca 20% de reajuste para recompor perdas salariais. Além disso, os profissionais defendem ticket alimentação, ampliação do plano de saúde sem desconto, adicional de 20% devido aos motoristas também serem cobradores, pagamento de hora extra sem banco de horas e outras demandas.
Reunião
Em entrevista ao Agora no início do mês, o presidente do sindicato, Erivaldo Adami, contou que a categoria chegou a conversar com representantes do Consórcio TransOeste e que membros da Prefeitura de Divinópolis também foram convidados. No entanto, nenhuma solução foi encontrada.
— Teve muita “choradeira” da parte deles. Eles alegaram que o Executivo Municipal só está concedendo R$ 600 mil de subsídio. Também falaram que se o prefeito não se manifestar, não terá proposta. Sem proposta, teremos paralisação ou iremos à Justiça para determinar nossos direitos. (...) Vamos esperar até depois do carnaval. Caso a proposta não apareça entre o fim de fevereiro e o início de março haverá paralisação. Pedimos a compreensão da população, pois o usuário também está sendo penalizado. É um direito nosso — destacou.
Em serviços essenciais, como na área da saúde, a paralisação garantida por lei deve acontecer de forma parcial para não prejudicar o atendimento. O caso, segundo o presidente do sindicato, não se aplica aos motoristas de ônibus.
— Se a paralisação acontecer, tem que ser total. Não adianta rodar com 30 ônibus ao invés de 100, por exemplo. Isso atrasaria o processo — finaliza.
Prefeitura
O Agora questionou, na época, o risco de paralisação junto à Prefeitura. Em nota, a assessoria de comunicação informou que o assunto deveria ser tratado com “exclusividade pelo Consórcio TransOeste”.
TransOeste
Já o Consórcio TransOeste havia informado, em nota, que “compreende a reivindicação dos trabalhadores, porém precisa ter responsabilidade para cumprir com suas obrigações trabalhistas”. Também afirmou que “aguarda o cumprimento do contrato por parte da Prefeitura para que possa negociar melhores condições com seus trabalhadores”. As críticas ao Executivo Municipal não pararam por aí.
— A tarifa do transporte público está congelada há quase 4 anos e a Prefeitura deve tomar medidas compensatórias para não acontecer com o transporte público o que aconteceu com o setor elétrico brasileiro. O setor elétrico brasileiro viveu um tarifaço e risco de apagão devido a medidas de congelamento tarifário sem o devido planejamento — pontuou.
O consórcio argumentou ainda que o transporte coletivo de Divinópolis “está há 4 anos sem renovar sua frota, sucateando os serviços devido à falta de planejamento.” Por fim, cobrou diálogo para encontrar soluções ao problema.