Estar presente: uma cultura além do do presentear

Em minha 100ª coluna nesta segunda fase no jornal, o momento é de festejar duplamente, de comemorar e se reunir com amigos, familiares e pessoas queridas. Muito se preocupa em o que dar de presente e quem presentear no Natal. Porém, antes de tudo, o Natal é sobre o nascimento do menino Jesus, festejar a vinda do filho de Deus e o fato de Ele estar presente entre nós, meros mortais. 

Às vésperas da vinda de Jesus, o mundo já havia conquistado a sabedoria ateniense e a família romana. Roma conheceu, nesse período, momentos de harmonia, paz e prosperidade, como nunca antes. 

A concepção de um Messias é historicamente antiga, embora seja sempre associada ao judaísmo. Mas, ao se estudar as religiões antigas, encontra-se em várias civilizações esta crença ancestral. Entre os judeus este conceito aparece entre os séculos IV e III a.C, na literatura que contém as profecias. Na tradição hebraica, portanto, ele é o enviado de Javé, com o propósito de estabelecer no mundo o Reino de Deus. Uma tradição nascida entre os Macabeus, família judaica que, entre 140 a.C. e 37 a.C., liderou uma rebelião contra os selêucidas e deu início a uma dinastia real na Judéia, governando Israel até a dominação romana, acreditava que o Salvador seria o libertador da cidade do jugo de Roma. Mas, enquanto o povo aguardava um revolucionário, o profeta Isaías anunciava a vinda de um Messias de natureza espiritual, que nasceria de uma virgem, sofreria terríveis dores e uma morte cruel, para salvar a humanidade.

E é com essa informação que volto a refletir sobre o fato de estar presente, entre os seus, com os que amamos e queremos ao lado. Muito mais importante do que dar presente. O espírito de Natal fala disso, de proximidade, de rever velhos amigos, de estar com familiares que compartilham nosso dia a dia ou mesmo aqueles que vemos de forma esporádica, mas amamos e queremos estar ao lado neste momento.

 

 

Alguns trechos de frases a respeito do tema abordado

Não mudamos

Nem o Natal

Só o mundo é mudança

Feito a esperança

Como num sonho um sino.

O menino

Face a face

Do oculto renasce

Desfaz errada realidade.

Natal tão mais remoto que o passado 

Íntimo mais que o presente

Que o pensar e o sentir da gente

Só igual ao futuro

Amor recomeçado.

(Guimarães Rosa)

 

Siga em frente

Mostre o que Sente

Não esteja ausente

No natal

Seja presente

(Welber Tonhá)

 

Nada de Papai Noel,

Por um Natal só de luz.

Neste mundo de Babel:

Viva o Menino Jesus.

(Francisco Ferreira)

 

Pois apesar de ser esse

O Natal da convenção,

Quando o corpo me arrefece

Tenho o frio e Natal não.

 

Deixo sentir a quem quadra

E o Natal a quem o fez,

Pois se escrevo ainda outra quadra

Fico gelado dos pés.

(Fernando Pessoa)

 

As beatas ajoelharam

e adoraram o deus nuzinho

mas as filhas das beatas

e os namorados das filhas,

mas as filhas das beatas

foram dançar black-bottom

nos clubes sem presépio.

(Carlos Drummond de Andrade)

 

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez, de amor

Uma prece por quem se vai –

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte –

De repente nunca mais esperaremos…

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.

 (Vinicius de Moraes)

 

 

Faça o bem por qualquer um

sem perguntar o porquê,

parece fora de moda

soa meio que clichê,

mas quando se ajuda alguém

o ajudado é você.

Que você possa ser bom

começando de janeiro

e que esse sentimento

seja firme e verdadeiro.

Que você viva o Natal

todo ano, o ano inteiro.

 (Bráulio Bessa)

 

 

Escolheu o soneto... A folha branca

Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,

A pena não acode ao gesto seu.

 

E, em vão lutando contra o metro adverso,

Só lhe saiu este pequeno verso:

"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

(Machado de Assis)

 

 

Continuamos a falar um pouco sobre os prefeitos na história de nossa cidade. Agradeço o acesso a essa pesquisa ao amigo Marcos Crispim, do Arquivo Público de Divinópolis.

 

29ª Gestão - Galileu Teixeira Machado - Prefeito eleito. 13/05/1982 a 31/01/1983; 

31ª Gestão - 01/01/1989 a 01/12/1992; 

34ª Gestão - 01/01/2001 a 31/12/2004; 

38ª Gestão (01/01/2017 a 31/12/2020).

 

 

Vice-prefeito: Márcio Silvio Torres de Miranda; Maria de Lourdes Martins.

 

Natural de Divinópolis. Filho de Oswaldo Machado Gontijo e Maria de Lourdes Teixeira. Desde 1976 interliga sua vida política. Foi gerente do Banco Rural Minas, diretor de Obras do DER e vice-presidente do Agrimisa. 

 

Principais realizações: calçamento e pavimentação asfáltica nos bairros; construção das pontes do Bom Pastor Danilo Passos, do Nossa Senhora das Graças, Esplanada e do Viaduto Centro-Esplanada; canalização do córrego Sidil; instalação do Complexo Cultural do Gravatá e da Reserva Ecológica Dr. Sebastião Guimarães; construção de creches e escolas municipais; reforma do sistema de saneamento básico; construção de postos de saúde nos bairros e centros comunitários na área rural.

 

Tem pauta para sobre a cultura? Envie para [email protected]

Welber Tonhá e Silva 

Imortal da Academia Divinopolitana de Letras, cadeira nº 09

Historiador, escritor, pesquisador, fotógrafo e fazedor cultural.

Instagram: @welbertonha

 

 

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