Espetáculo

Espetáculo 

A atual legislatura caminha para superar a anterior no quesito ruindade. Claro que tem suas exceções, como a outra também tinha. No entanto, nesta, vou te contar, tem hora que dá preguiça, uma falação sem sentido, sem nexo. Mas o importante é aparecer, publicar fotos e fazer vídeos. Muito midiatismo e pouco prática. E as poses com os braços cruzados, meu Pai do Céu. O pior é que não é só aparecer, a falta de conhecimento de coisa básica é gritante. Informações que uma pessoa fora de cargos públicos sabe, bastando apenas ser curiosa e gostar de leitura. Não há nada de errado em querer ser político – gosto não se discute – o problema é que a função política, isso em todo o país, há muito deixa a desejar. Há uma confusão generalizada sobre funções, obrigações e, principalmente, a forma de atuar. Virou espetáculo, simples assim! 

Extinção 

No que acontece hoje na Câmara e no restante das esferas federativas, como no Senado, caso da atual CPI, um show atrás do outro, pode se dar um desconto aos políticos. Não é de hoje, infelizmente, a política brasileira ainda é baseada no clientelismo e na permanência de relações familiares e de amizades para a perpetuação no poder. Poder este que continua abrindo caminhos para a prática do individualismo, racismo e do machismo, por exemplo, enraizados na sociedade brasileira. Ou seja, prática que fortalece a extinção da pluralidade, do respeito à diferença e a alternância do poder. Nesse sentido, principalmente o Legislativo, que deveria representar a imensa variedade de interesses da população, mostra-se, a cada eleição, uma terra infértil, que produz sempre os mesmos frutos. O Congresso Nacional que o diga, visto que vem se preparando para ano que vem passar a mesma manada. Se, por algum impedimento, não der para continuar exercendo o cargo, que entre a mãe, o filho, o assessor, mas precisa ter alguém para dar continuidade às regalias. 

É delas também 

A professora de ciência política e de teoria de gênero  em Londres, Anne Phillips FBA, foi extremamente feliz ao dizer a frase: “Quando um grupo é consistentemente sub-representado, algum outro está obtendo mais do que o que lhe corresponde”. Ela retrata a realidade da política brasileira em todos os aspectos, mas especialmente o machismo. A participação da mulher nos processos eleitorais só não é mais pífia porque foi preciso elaborar uma lei para obrigar os partidos a cumprir uma cota.  Na Câmara de Divinópolis, são apenas duas contra 15 homens. Na Federal, somente 15% a fatia das mulheres. Vale ressaltar que este cenário nacional é até favorável, quando comparado com anos atrás.  Mas vergonhoso se levar em conta que as mulheres são maioria entre a população brasileira e os eleitores. A quem interessa minar esse papel muito evidente delas na política? A muitas delas também, infelizmente, que ainda são submissas e se negam a exercer uma influência impactante e entender a responsabilidade que têm na política. 

Zema assina 

O governador Romeu Zema (Novo) está entre os 20 governadores que assinaram uma carta que responde às afirmações do presidente Jair Bolsonaro, em relação ao aumento do ICMS no combustível. O manifesto mostra que o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, "embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis”. Os governadores afirmam que o problema envolvendo o tema é nacional, "e, não somente, de uma unidade federativa". A breve carta, intitulada "Nota dos Governadores Sobre o Preço dos Combustíveis", foi elaborada no último domingo e apela para que seja dita a verdade sobre o aumento dos preços de combustíveis em todo o país. Desta vez, o governador de Minas não se esquivou em participar de um ato contra o presidente – costuma os chamar de “politiqueiros” – e, apesar do primeiro mandato, demonstrou maturidade, visto que não iria segurar essa bomba sozinho. 

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