Empreender por necessidade

Empreender por necessidade

Laiz Soares

Ser empreendedor no Brasil é mais que um sonho, é o caminho para o sustento dos brasileiros! Essa frase não vem apenas de uma opinião pessoal, mas de dados importantes sobre o empreendedorismo.

Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021, aproximadamente 50% dos novos negócios no país são abertos ou mantidos por necessidade e falta de outras oportunidades no mercado de trabalho. 

Com o aumento do desemprego nos últimos anos, o número de homens e mulheres que começaram seus próprios negócios aumentou, e continua aumentando. De acordo com a  pesquisa GEM 2021, o percentual de negócios estabelecidos cresceu de 8,7% em 2020 para 9,9% em 2021. 

Muitos trabalhadores encontram no empreendedorismo a oportunidade de sustento que não achavam no mercado de trabalho. Para as mulheres, essa necessidade atravessa mais uma demanda: as empreendedoras são levadas a abrir seus próprios negócios por liberdade e flexibilidade. Mulheres entram no empreendedorismo pela possibilidade de conciliar o empreendimento com a família e  por conta dos desafios e preconceitos que encontram no mercado de trabalho.

 

No  Brasil existem mais de 18 milhões de empresas ativas. Segundo o Mapa das Empresas, do Ministério da Economia, apenas em 2020 tivemos 3,36 milhões de novas empresas abertas e 1,04 milhão de empresas fechadas. Somos um país de empreendedores e nossas políticas públicas devem considerar isso de maneira eficiente.

Vivemos em um país cercado por desigualdades sociais e o alto nível de desemprego. Com nosso número expressivo de micro e pequenos empreendimentos em quase todos os ramos de atividade econômica, uma saída efetiva para a diminuição de tais desigualdades e para melhoria da economia no país é o microcrédito.  

O microcrédito é um financiamento de R$ 300 a R$ 20 mil. Ele oferece verba para aqueles que se encontram excluídos do sistema financeiro tradicional – assim, empreendedores podem investir em atividades de geração de renda. Um programa de microcrédito de qualidade deve considerar as diferentes realidades e necessidades apresentadas no país. Precisamos em nosso país de mais microcréditos eficientes que apresentem pouca burocracia, taxas acessíveis, acompanhamento do microempreendedor no local onde ele atua e capacitação administrativa. 

Com investimentos estratégicos de qualidade na capacitação e com financiamento de empreendedores,  garantimos um futuro com mais geração de renda, com mais inovações e desenvolvimento de produtos e serviços e a geração de novos empregos. 



*Laiz Soares é formada em relações internacionais pela PUC Minas e pela Essca na França. Atuou liderando equipes e projetos no setor privado, em ONGs e no Congresso Nacional. Idealizadora da Escola de Líderes.

 

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