Em crise financeira, hospitais filantrópicos sofrem para manter atendimentos pelo SUS

Da Redação

Em grave crise financeira, os hospitais filantrópicos do Brasil se uniram, através da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), para cobrar medidas para lidar com a grave crise financeira enfrentada pelos setor filantrópico da saúde. Ao todo, são 1.824 hospitais filantrópicos no país. Um deles está justamente em Divinópolis, o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), referência para a Macrorregião Oeste. 

Segundo a CMB, os hospitais filantrópicos "não suportam mais manter o acesso da população ao SUS". 

— Há décadas os hospitais filantrópicos precisam suportar uma remuneração insuficiente do Poder Público e assumir dívidas com bancos, fornecedores para não deixar de atender a população. A situação crônica de descaso do Poder Público quanto ao custeio dos Hospitais e os reflexos econômicos da pandemia resultaram na maior crise destas instituições com graves consequências para o SUS. Não é possível mais se omitir diante de tal situação, o setor exige providências para que o atendimento ao SUS continue com qualidade e segurança — detalha, em nota. 

Para tentar reverter a crise, na próxima segunda-feira, 23, às 12h, as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais farão um ato simbólico nas portas de suas instituições. Serão afixadas cruzes, faixas e cartazes em demonstração ao descaso e representando a crítica situação financeira, situações que poderão levar ao fechamento das instituições centenárias e que são responsáveis em Minas Gerais por atender 70% das internações do SUS. Além disso, no mesmo horário, balões pretos e verdes, em número mínimo ao quantitativo de leitos de cada hospital, serão soltos, para simbolizar a preocupação quanto a um possível fechamento em larga escala dos leitos e serviços que são ofertados aos pacientes SUS.

O CSSJD manifestou apoio à campanha e também realizará a ação em seu estacionamento. 

— O objetivo da ação é chamar a atenção da população, imprensa e autoridades sobre a situação crônica de descaso do Poder Público quanto ao custeio dos Hospitais e os reflexos econômicos da pandemia, que resultaram na maior crise destas instituições com graves consequências para o Sistema Único de Saúde – SUS. Diante desta grave situação, o setor exige providências para que o atendimento ao SUS continue com qualidade e segurança — anunciou.

Campanha

Outras ações já foram realizadas pela confederação. Na terça-feira, 17, panfletos foram distribuídos no Aeroporto Internacional de Brasília para deputados e senadores. 

No dia seguinte, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, amanheceu com 1.824 cruzes, representando a crítica situação financeira das Santas Casas e hospitais filantrópicos do Brasil. Foram colocados, ainda, balões com alusão à preocupação do fechamento em larga escala de instituições centenárias que atendem a mais de 50% da média complexidade e 70% da alta complexidade (como oncologia, cardiologia e transplantes) do Sistema Único de Saúde.

Mais de 1,8 mil cruzes são colocadas, em protesto, na Esplanada dos Ministérios

Mais de 1,8 mil cruzes são colocadas, em protesto, na Esplanada dos Ministérios (Foto: Divulgação/CMB)

 

 

 

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