Em cena para sempre

 Em cena para sempre


 

Levantar as cortinas… Apagar as luzes… coro angelical… sussurros... 

 Silêncio 

...E entram em cena cidadãos orgulhosos da terra onde eram felizes, se uniram para melhorá-la ainda mais… E os reais rolavam das algibeiras, e os cofres públicos se enterneceram… Acontecimento generoso se anunciava.

E assim nasceu o Theatro Santanna, apresentando a peça de José de Alencar, “Mãe!”, e para quebrar tanta emoção entre lágrimas dramáticas, o jocoso Possidônio apresentou a comédia “Amanhã vou pedi-la”... Mais palmas entre comovidas lágrimas...

Daí que Sant'Anna de S. João Acima, a padroeira da cidade, abençoou o emblemático teatro. 

 Corria o ano de 1890. O mês era outubro, o dia 5. A magia, geral beirando o sagrado, extemporâneo. E as cortinas continuam abertas, e a magia, onipresente.

 Pois não é que agora continuam abertas as cortinas e a magia...? 

 É que o cidadão Marco Antônio Lara lidera o livro “140 anos da História do teatro em Itaúna”. E faz desfilar nomes marcantes e inesquecíveis que marcavam presença. 

 Sempre. 

Indeléveis, beirando o sagrado. E viva Sant´Ana para todo e sempre.

 

 

Corremos, da vizinha Divinópolis, o risco da inveja. Bem que os Franciscanos e mais seguidores também comemoravam, mas...

 Gente como Ataliba Lago, a filha Musa, Joaquim Inácio, Alzira Guimarães, Rosa de Freitas, Adélia Prado e... e.... sempre em cena, mas à meia-luz... 

E… Itaúna era Itaúna… Cenas à parte, chegou a nos presentear com o prefeito Municipal Antônio Gonçalves de Mattos, o dr. Didi, diretor de cena à plena luz... 

Mas, voltando ao Marco Antônio Lara, com o seu rico, inigualável e portentoso

 “140 anos 

 da história 

 do teatro

 em Itaúna”.

E desfilam em riquíssimas apresentações personagens e autores marcantes como os gigantes José de Alencar, Manoel Joaquim Valladão, João Pereira Marques, e Bernardo Guimarães e Macbett, e Ionesco, e Lúcio Cardoso e Shekspeare, e Leo Souza, e Sérgio Mibielli, e… Muito mais! …Riquíssimas fotos artisticamente trabalhadas, como o arraial ainda Sant´Ana, de 1920, e muito mais, 

 e o autor Marco Antônio Lara, e o agradecimento de muita classe, humildade e justo orgulho: 

“Agradeço a todos os que ajudaram a justificar esta história tornada patrimônio, tesouro de lembranças e guardados que é o retrato de nossa origem nobre, culta, em cena esplêndida”.

 Fecham-se as cortinas enquanto permanece o encantamento para todo e sempre.

E… Na verdade, agora confesso que morro de inveja de Itaúna, mas como inveja às vezes é um sentimento menor, prefiro confessar é que vivo cada vez mais admirada e encantada com a grandeza e magia de Itaúna... 

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O fecho aqui só podia ser de Chaplin: 

…“Não é patético, não é horrível que pessoas se reúnam em torno de mim e gritem: “Deus o abençoe, Chaplin!”... e queiram tocar meu casaco e riam, e até mesmo derrubem lágrimas? E por quê, por quê? Simplesmente porque eu os alegrei. Meu Deus, que tipo de mundo horrendo este que faz as pessoas viverem vidas tão miseráveis que, se alguém os faz rir, eles querem se ajoelhar e tocar seu casaco, como se ele fosse Jesus Cristo trazendo-os de volta do mundo dos mortos? Dizem que há um belo mundo para se viver… Sei que tamanha miséria, tanta feiúra, sobrevivem simplesmente, se alguém os fez “rir e esquecer”, eles pedem que Deus os abençoe”. 

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Pois que Deus continue abençoando a todos os que os fizeram fiz rir e esquecer, e que 

 continuem atentos e salvos, permaneçam vivos e atentos e mágicos como Marco Antônio Lara e mais que, tantos como Carlitos, continuem a viver felizes e salvos. Amém. 

 

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