Eleições 2022, o valor do voto consciente

Eduardo Augusto

Hoje, contam-se 76 dias para as eleições, já escolheu seus candidatos de forma definitiva? 

Voltaremos às urnas para digitar os votos para as escolhas dos deputados estaduais e federais, senadores, governadores, presidente e vice-presidente. 

Infelizmente, a cada eleição sentimos que o brasileiro vem se afastando do assunto (política) e o pior, das urnas. 

As eleições de 2022 mostraram a distância do brasileiro ao compromisso da democracia e, somado à pandemia, deixaram de votar e fazer sua escolha consciente.

Os votos brancos e nulos têm números impressionantes, deixando que a escolha recaia nos demais votantes. 

O cenário atual é um mistério, sentimentos de todo tipo, como incerteza, insegurança, revolta, indignação – chegam ao ponto de dizer que não acreditam mais em um país novo, com políticas novas. 

Já ouvi dizer que o brasileiro tem fama de cidadão contestador, contesta tudo, quando tem sol ou quando tem chuva, o importante é reclamar. 

Quem vota, escolhe e deposita confiança no candidato tem direito de reclamar, mas, com todo respeito, quem não vota, quem vota branco ou nulo não tem esse direito.

Encaixa-se bem o capítulo 41 de Eclesiástico ao nosso cenário, o homem perdeu a vergonha, perdeu a vergonha de fazer as coisas erradas, por isso que as coisas andam muito mal, ruins e inadequadas.

Se a política brasileira anda mal é porque votamos errado, e muitos erram conscientemente – resultado: desgraça atrás de desgraça.  

Três passos para mudança: o primeiro é saber que o "mau candidato” não gosta de você por gostar. Como se falasse, ele é meu amigo... Que nada, ele gosta é do seu voto – tanto que aparece somente no ano de eleição, de quatro em quatro anos. 

O segundo passo é passar a valorizar o voto. Não tem preço que pague. Pergunto-te: tem preço a sua saúde, a sua segurança, a sua educação, a sua moradia, o seu bem-estar, a sua alma, os seus valores, a sua dignidade, a sua vida? 

Portanto, candidato que promete algo em troca, descarte-o, risque-o de suas possibilidades, valorize aquele que tem projetos para seu bairro, para sua cidade, para seu estado, para toda a coletividade.

Terceiro ensinamento é votar e exigir que o candidato escolhido trabalhe e honre o voto durante os quatro anos de mandato; tem gente que vota e esquece em quem votou.  

Não vote nulo ou em branco, se comprometa. Tanto o voto nulo quanto o branco não são contabilizados.

O voto não é identificado, ou seja, não há como identificar em qual candidato o eleitor votou – muitos são amedrontados pelos próprios candidatos – isso é mito.

Não esqueçamos que o voto é obrigatório, deixar de voltar atrai para si sanções legais, vamos todos para as urnas e mostrar a força da nação. 

Temos tempo ainda para escolher bem nossos candidatos, façamos uma pesquisa quanto ao candidato, sobre seu passado e o que deseja para o futuro, sem esperar por promessas mirabolantes (prometer é política do passado) e, da mesma forma, conheça o partido político, pois, infelizmente, muitos candidatos dançam de acordo com a "música do partido".

Precisamos mudar nossos comportamentos nas eleições, mudar a forma de votar – de uma postura inapropriada pelo comprometimento quanto ao futuro da nação, parar de reclamar e votar certo. 

Eduardo Augusto Silva Teixeira - Advogado 

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