Educação volta às ruas contra cortes do governo

Maria Tereza Oliveira

A educação parou ontem o país inteiro para protestar contra os cortes na pasta, anunciados pelo Governo Federal, e também contra a reforma da Previdência. Estudantes, educadores da área estadual e a municipal, além de sindicalistas e outros cidadãos se uniram em diversas manifestações durante todo o dia. Em Divinópolis, no quarteirão fechado da rua São Paulo, dezenas de pessoas se uniram para protestar pacificamente contra as medidas impopulares do Governo Bolsonaro (PSL). Este foi o segundo protesto contra o governo em 15 dias. Uma greve geral já está programada para 14 de junho.

Com cartazes que enalteciam a importância da educação na sociedade, além de críticas aos governos federal e estadual, os estudantes, mesmo no clima da Divinaexpo saíram às ruas.

Reforma                                                       

A reforma da Previdência causou polêmica desde que foi proposta pela primeira vez, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2017. Foram realizadas várias manifestações contrárias à proposta e, com o tempo, embora permanecesse como um fantasma, ficou esquecida pela população. Até que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reacendeu as discussões ao propor uma reforma ainda mais severa.

Dentre as principais insatisfações do texto da reforma, destaca-se a obrigatoriedade da idade mínima para aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para mulheres.

Além disso, o aumento do tempo de contribuição, de 15 para 20 anos, e o fim das condições especiais para trabalhadores rurais e professores terem direito ao benefício também não agradaram a população.

Educação picotada

O Ministério da Educação (MEC) bloqueou, no fim de abril, uma parte do orçamento das 63 universidades e dos 38 institutos federais de ensino. O corte, conforme alega o governo, foi aplicado sobre gastos não obrigatórios, como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas.

Já as despesas obrigatórias, como assistência estudantil e pagamento de salários e aposentadorias, não foram afetadas. No total, considerando todas as universidades, o corte é de R$ 1,7 bilhão. 

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