Educação encerra greve e aulas retornam na segunda
Decisão ocorreu após derrubada do veto de Zema na ALMG; luta pelo reajuste do Piso Salarial continua
Ariane Stéfanie
Após a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) derrubar o veto nº 34/22, do governador Romeu Zema (Novo), à Proposição de Lei nº 25.025, sobre a recomposição salarial para os servidores das áreas do Poder Executivo, a categoria da Educação anunciou o fim da greve na rede estadual e a volta às aulas nas redes estaduais de ensino, na próxima segunda-feira, 18.
Com o placar da votação no Plenário de 55 votos a 3, ficam mantidos os percentuais adicionais aprovados pela ALMG que beneficiam áreas de Segurança Pública, com 14%, Saúde (14%) e Educação (33,24%), além do auxílio social para inativos das forças de Segurança.
Com a derrota, o Zema tem um prazo de 48 horas para promulgar o Projeto de Lei – caso contrário, a promulgação será feita pelo presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV).
Greve
Com a manutenção dos percentuais, o Sindicato Único dos Trabalhos em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE - MG) anunciou a suspensão da greve por tempo indeterminado na rede estadual, com o retorno das atividades previsto para a próxima segunda-feira.
O Sind-UTE ressaltou que, apesar da volta das atividades nas escolas, o estado de greve continua, além da luta pela promulgação do dispositivo que garante o reajuste do piso salarial.
— Agora, o Sind-UTE/MG e toda a categoria se mobilizam para o #PromulgaZema — disse o sindicato, em nota.
Segundo a diretora de Comunicação do Sind-UTE em Divinópolis, Maria Catarina Laborê, 22 das 36 escolas estaduais presentes no município ficaram paralisadas durante a greve.
Sobre o retorno, ela afirmou ao Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) que todas as escolas da rede estadual da cidade funcionarão normalmente a partir de segunda. A Escola Estadual Joaquim Nabuco também confirmou em suas redes sociais a retomada das aulas em sua unidade.
Sindpol-MG
O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG), José Maria de Paula “Cachimbinho”, esteve presente no plenário da ALMG e celebrou a decisão:
— Finalmente nossa luta, que se entende por mais de cinco anos, encerra um ciclo. Conquistamos nossa devida recomposição das perdas inflacionárias e agradecemos a você, policial civil, que esteve conosco nesses movimentos e deixo claro que o Sindpol/MG sempre lutou e sempre lutará pelos direitos da categoria — disse.
O assessor do Sindpol/MG, Wemerson Oliveira, que também esteve presente, ressaltou a importância da união da categoria:
— Hoje, mostramos ao governador Romeu Zema que ele precisa respeitar os servidores da Segurança Pública e os demais servidores do Estado. O que conquistamos, hoje, nada mais é do que um direito nosso. Espero que o governador mantenha o que foi feito pela Assembleia Legislativa dando o devido reconhecimento aos servidores da Segurança Pública, em especial, os policiais civis, que trabalham em condições precárias e correndo risco de vida para tornar Minas Gerais o estado mais seguro do país — afirmou.
‘Quem vai assinar o cheque?’
Em seu Twitter, Romeu Zema se pronunciou sobre a derrubada do veto. O governador acusou os deputados de praticar “velha politicagem”.
— Quem vai assinar o cheque de R$ 9 bilhões para pagar a conta? Afinal, criar despesa sem dizer de onde vem a receita, além de inconstitucional, é prova da velha politicagem do passado. De duas, uma: ou os deputados estaduais que aprovaram a mentira pensam em aumentar impostos, ou usam a boa-fé do funcionalismo público para iludi-los — disse.
Na publicação, ele manteve firme em seus posicionamentos.
— Mas engana-se quem pensa que o mineiro é bobo. Na minha gestão não vai ter aumento de imposto nem a volta dos salários atrasados — finalizou.
Após o pronunciamento de Zema, foi a vez de o presidente da ALMG mandar um recado para o governador em suas redes sociais.
— Perde em uma semana por 50 votos a 0 e na outra semana por 55 a 3. Ainda quer dizer que a culpa é de alguém que sequer vota? Promessa é feita para ser cumprida e mentira tem perna curta — disse Agostinho.