Editorial: todos nós falhamos!

Divinópolis acompanhou, atônita, nesta terça-feira, pela manhã, o assassinato do engenheiro Leandro Pereira, 31 anos. O crime aconteceu no Centro da cidade, no coração de Divinópolis, na avenida Getúlio Vargas com a rua Itapecerica, onde um posto de combustíveis está em construção. Testemunhas relataram aos policiais que o suspeito chegou em uma moto sem placa e efetuou seis disparos contra Leandro. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. 

Durante a noite as redes sociais foram tomadas por homenagens ao engenheiro. Fotos dele com a família, os amigos e relatos de como ele era foram compartilhados com os internautas. Filho, amigo, tio… Se foi. O motivo ainda não é claro. De acordo com informações preliminares, o autor do crime teria sido demitido da obra e, revoltado, planejou e executou a vingança. Avassalador. O dia 7 de março era para ter sido mais um dia comum para o engenheiro e sua família, porém não foi. Leandro saiu para trabalhar cheio de planos e sonhos, de coisas para fazer “amanhã”, mas o “amanhã” não chegou. 

E fica a pergunta: quanto vale uma vida? Como se mede o preço ou o valor de um ente querido? No mês passado, a chacina que aconteceu em um bar, em Sinop, no Mato Grosso, chocou o país. Sete pessoas, incluindo uma adolescente de 12 anos, foram brutalmente assassinadas por dois homens, incapazes de lidar com a frustração de perder uma aposta em um jogo de sinuca. As cenas do crime chocam, tamanha a crueldade. Esses homicídios e tantos outros que acontecem diariamente no Brasil só mostram que a vida foi banalizada. Você nunca sabe e nunca saberá quando uma pessoa vai simplesmente definir que aquele é o seu último dia, o seu último respiro. Você só conta com a sorte de sempre estar no lugar certo e na hora certa, porque, da forma como as coisas andam, um olhar errado pode ser a sua condenação. 

Leandro é mais uma vítima da violência no Brasil, em Minas Gerais, em Divinópolis. Seu futuro foi interrompido. Seus amigos e familiares não terão mais seu afeto e amor para compartilhar. A voz de Leandro foi silenciada pelo simples fato de uma pessoa determinar que a vida dele “valia” uma suposta demissão. 

É avassalador ver que, a cada dia, caminhamos para a total banalização da vida. O ser humano falhou miseravelmente. A sociedade falhou. A política, então, nem se fala. Caminhamos a passos largos, mas para trás. O povo está cada vez mais longe de um dia evoluir. Afinal, quanto vale uma vida? Quanto vale um sorriso, um amor ou um sonho?

 

Comentários