Editorial: Os bastidores

Talvez, se um dia o povo brasileiro sequer sonhasse o que acontece nos bastidores da política, deixaria de lado toda a paixão que nutre por alguns, e, decepcionado, cobraria o que de fato importa, e realmente traz desenvolvimento para um país. Talvez, se um dia, a população acompanhasse de perto as reuniões feitas a portas fechadas, com os celulares desligados, ou ligados, veria a política como ela é: nua, crua e suja. Sem lado A ou lado B, é nele, nos bastidores que está toda a podridão que impede o Brasil de crescer, e o povo de ter o seu imposto retornado em forma de benefícios. Sem partidos, sem ideologia, a política tal qual como ela é, em sua essência nada mais é do que a personificação da corrupção. E, o que se vê, o que está nos noticiários é apenas a ponta do iceberg, um minúsculo pedaço de algo que vai além, muito além do que a imprensa ou mais atentos conseguem ver, descobrir e denunciar. Ao contrário do que muita gente imagina, a política brasileira acontece justamente neste lugar escuro e sujo, chamado de: bastidores. 

Para se ver isso não é preciso ir muito longe. Em qualquer cidade essa podridão acontece bem debaixo do nariz do povo, diante de olhos que a “Terra há de comer um dia”. Uma voltinha nas salas, lugares certos, corredores e gabinetes é o suficiente para se constatar porque o Brasil não evolui, a saúde pública é um caos, a educação é precária, a segurança pública é ineficiente. É neste lugar obscuro, onde a política acontece que se comprova que o único objetivo, tanto de lado A ou de B, ou outras letras do alfabeto é trabalhar em prol de si mesmo, e se manter no poder, custe o que custar. O poder, é claro, seduz. O político, então, ultrapassa os limites do aceitável, do bom caráter, da responsabilidade com os interesses e o dinheiro daqueles que trabalham de sol a sol para manter todas as regalias que a política brasileira dá àqueles que são os escolhidos do povo. Para quem não sabe, o poder político de alguns governantes foi tamanho que determinados líderes foram adorados como deuses, como os faraós no Egito e os imperadores Romanos. Disso já dá para se tirar muitas conclusões, e ver que nem tudo é apenas sobre dinheiro. O buraco é um pouco mais embaixo. 

Neste jogo, neste quebra-cabeça diário, onde se tem coisas que a população sequer imagina, a coisa funciona mais ou menos assim: quem não serve mais para os conchavos é descartado, como uma embalagem, e tudo recomeça. Cabeças se unem para pensar a melhor estratégia para que A ou B se mantenha no poder. Para isso vale tudo. Quem dera, se por um dia, um descuido, o povo brasileiro conhecesse realmente esse lugar chamado: bastidores. É nele que o Brasil acontece, é nele que futuros são definidos, é nele que o crescimento do país está, e vidas estão em jogo. As redes sociais, os noticiários são só a ponta das negociatas de algo que a imaginação não consegue alcançar. Corredores e salas, falam muito mais do que um vídeo de 30 segundos. Há muito mais lá do que os olhos podem alcançar e a humanidade consegue imaginar.

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