Editorial: efeito eleições

O período eleitoral bate à porta, e como de praxe os vereadores começam a querer mostrar serviço, a todo custo. Bastou as eleições “apontarem ali na frente” para que os parlamentares começassem os seus “trabalhos” rumo à disputa. O que já se pode ver por aí é uma movimentação mais intensa nas redes sociais, com vídeos por todos os lados, discursos um pouco mais inflamados, obras sendo mostradas – mesmo vereador não fazendo obras. Em poucas palavras, para os bons entendedores, isso é apenas o “efeito eleições” começando a agir por aqui. Faltam exatamente 221 dias para as eleições e já é possível ver – e sentir – um desespero tomando conta do Poder Legislativo. A grande pergunta hoje é: quantos conseguirão renovar o seu “contrato” no poder? Quantos irão voltar? É possível ainda, seguindo esta linha de pensamento, fazer mais um questionamento: mostrar trabalho só agora, no final de mandato, vai fazer a diferença para o eleitor que anda meio cansado de “desperdiçar” seu voto? Divinópolis só terá essas respostas no dia 6 de outubro, mas ainda  tem muita “água para rolar debaixo dessa ponte” nesses 221 dias. 

Essa legislatura, por vezes, tem deixado a desejar. Perdidos, alguns vereadores caminharam por diversos rumos e, infelizmente, não conseguiram andar para a direção do povo, do desenvolvimento da cidade. Voltados apenas para os seus próprios interesses, hoje tentam desesperadamente provar o contrário. Mas o tempo cobra e a conta, uma ou outra, chega. Guiados por um amadorismo sem fim, muitos políticos deixaram de cumprir suas funções, ignoraram totalmente o que determina a Constituição Federal e o Regimento Interno da Câmara, e se pautaram apenas em dois pilares: seus próprios interesses e o espetáculo. Escândalos e mais escândalos, suspeita de corrupção, nas eleições anteriores – que custaram o mandato do vereador Diego Espino – defesas ferrenhas e até mesmo vexatórias do governo municipal, em troca de obras em seus redutos eleitorais, CPIs que não deram em absolutamente nada, permissões questionáveis, posturas lamentáveis, brigas e mais brigas, discursos deploráveis... a lista é imensa. Não é possível enumerar em poucas linhas. E, tudo isso às custas do povo. Às custas do dinheiro da população, que paga 19 vereadores, tem 17 em exercício, mas no fim de tudo, a maioria deixa a desejar.

Se de um lado é fato que já é possível sentir o “efeito eleições”, por outro também é fato que perdidos, os parlamentares não conseguiram nada para Divinópolis. Os que atuaram na base do prefeito, articularam uma obra aqui, outra ali, seguindo a boa e velha política do “pão e circo”, mas sem grande expressão. Quando a cidade precisou mesmo de uma boa atuação, ficou “a ver navios”. Quando o assunto foi trabalhar sério, cobrar, fiscalizar contas, contratações, e outras obrigações, o povo viu o seu dinheiro indo para o ralo em todos os sentidos. Sem conseguir representar uma cidade, a verdade é que os vereadores patinam, escorregam, e seguem perdidos sob o efeito das eleições. E, o povo? Ah, esse segue com a obrigação de analisar melhor as suas escolhas partindo de um ponto simples e objetivo: vereador não faz obras.

 

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