Editorial: Ação e reação

 

A terceira lei de Newton afirma que toda ação corresponde a uma reação de igual intensidade. Em palavras mais simples, esse é o bom e velho “aqui se faz, aqui se paga”. É fato que toda escolha tem uma consequência, e mesmo para aqueles que são céticos, pode ter certeza: a conta chega um dia. Para toda ação uma reação. Neste quesito, tanto ciência, quanto religião estão de mãos dadas. Não há nenhuma escolha que é feita neste mundo que fica sem a sua consequência. E, isso vale não apenas para o aspecto negativo, como também para o positivo. Não é possível plantar maçãs e colher tomates. A política de Divinópolis é a prova viva disso, e tem seus personagens. Políticos que tiveram seus tempos de ouro, hoje sequer são lembrados pela população. E, isso não se deve ao fato de o tempo ter passado, mas, por apenas prometeram, não tiveram feitos que os fizessem ser imortais. Assim, como tem aqueles que ficaram marcados na história da cidade, por terem sido visionários, e, além disso, concretizado promessas, e trazido desenvolvimento para Divinópolis. Plantaram, e colheram, ou melhor, a população colhe frutos até hoje. A lei da ação e reação. 

Em tempos de redes sociais, de sociedade do espetáculo, os amores efêmeros, das fake news, do sensacionalismo, do “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”, é difícil dizer quem veio para somar, quem veio para ficar, e quem veio para fazer história. É como dizia o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman: “Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o trabalho bem feito. O que se consome, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”. Os valores, os princípios morais têm se limitado apenas aos ‘textões’ de redes sociais. Hoje, não se pratica mais aquilo que se prega. O povo tem se vendido por muito pouco, e se contentado com muito pouco, e é justamente aí que a lei da Ação e Reação mostra a sua força. A sociedade se dá os “sedativos morais” e segue dia após dia, se iludindo, e acreditando que tudo vai mudar, que vai melhorar, que está evoluindo. Este, sem dúvidas, é um dos maiores enganos dos últimos tempos. Não tem como colher tomate, quando se planta maçãs. 

Como evoluir quando se vive em um mundo fake news? De discursos bonitos, mas práticas abomináveis? De vídeos que escondem a verdade que está por trás das câmeras? Como acreditar que o país vai avançar, quando na verdade a sociedade tem vivido à base dos sedativos morais? Para quem acredita que a conta está longe de chegar, está redondamente enganado. Pode demorar, mas chega. Em forma do aumento da violência, da Unidade de Pronto Atendimento superlotada, da Atenção Primária sucateada, da possível greve do transporte público, dos buracos na cidade. Quando se contenta apenas com o falso moralismo que está cada dia mais forte na humanidade, o que se recebe é pouco, muito pouco, ou quase nada. É apenas o bom e velho “aqui se faz, aqui se paga”. Aqui se contenta...

 

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