Doação de leite humano pode salvar vidas de bebês prematuros

Da Redação
O Brasil possui a maior rede de bancos de leite humano no mundo, a informação é do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, o Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares (MOV), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é referência, atendendo cerca de 140 bebês por mês - internados na unidade e em outros hospitais parceiros do estado.
Atualmente, o serviço conta com 113 doadoras cadastradas. Cada frasco de um litro pode alimentar até dez recém-nascidos por dia. No entanto, a unidade já registra queda no volume arrecadado. Em abril, a MOV recebeu 197 litros de leite humano, quase 50 litros a menos que no mês de março. Por isso, é necessário sempre lembrar a importância da ajuda das mães. — Quando realizamos campanhas, nosso número de doadoras aumenta, mas volta a cair logo em seguida, pois muitas doam apenas uma vez. Então, precisamos muito conseguir mais doadoras que estejam com excedente de leite e possam realizar essa boa ação com frequência —, avalia a coordenadora do BLH da MOV, Maria Hercília Barbosa.
Segundo ela, por ser um leite próprio para a espécie, pasteurizado e com todos os componentes, o leite humano é necessário para os bebês que estão num estado clínico desfavorável conseguirem se recuperar mais rapidamente. — Toda doação é destinada aos bebês prematuros e prematuros extremos, que estão internados na UTI Neonatal ou na Unidade de Cuidados Intermediários da MOV e de outras unidades parceiras de Minas Gerais. Na falta do leite da própria mãe, o leite doado é o melhor alimento para o bebê prematuro. Somente depois vêm as fórmulas infantis—, explica.
É fácil doar
A mãe que possui excedente de leite deve entrar em contato com a maternidade por telefone. A partir daí, é feita uma pré-triagem para avaliar se ela se encaixa no perfil de doadora, de acordo com as exigências da legislação que regulamenta o Banco de Leite. — Não fumar, não beber, não fazer uso de medicamentos que contraindicam a doação, ter todos os exames de pré-natal negativos. Enfim, ser uma lactante saudável—, afirma a coordenadora do BLH.
Hercília esclarece ainda que todo o processo é feito em casa, pela própria doadora. — A mãe não precisa se deslocar. Pelo telefone, fazemos a ficha de cadastro dela e, então, uma médica da nossa equipe avalia os exames. Estando tudo de acordo, enviamos todo o material necessário para a coleta e vamos à sua residência uma vez por semana para buscar os frascos com o leite que ela coletou. É tudo muito simples e prático. Ela pode fazer a retirada do leite no momento que achar melhor, quando tiver uma folguinha, sem que haja necessidade de sair de casa—, explica.
Além disso, ela ressalta que todo leite doado passa por várias etapas rigorosas de seleção e análises microbiológicas até ser pasteurizado e estar pronto para distribuição. — Todo leite que recebemos é analisado, passando por várias etapas de pasteurização até estar próprio para consumo, obedecendo a legislação da Anvisa e do Ministério da Saúde. É um processo muito seguro tanto para quem doa quanto para quem recebe—. A coordenadora também faz um alerta. “Leite cru, sem passar por nenhum processo, só pode ser dado da mãe para o filho. Ou seja, não é indicado amamentar uma criança que não seja a sua.
Postos de coleta
As mães que tiverem interesse em ser doadoras ou apresentarem dificuldades em relação ao aleitamento materno podem entrar em contato com o Banco de Leite Humano da MOV pelos telefones (31) 3298-6008 ou 3337-5678.
A Fhemig ainda possui dois postos de coleta em suas unidades:
- Hospital Júlia Kubitschek: (31) 3389-7880
- Hospital Regional João Penido (Juiz de Fora): (32) 3691-9500
*Conteúdo: Agência Minas