Divinopolitanos estão presos em Brasília, confirma deputado
Domingos Sávio acompanha processo e ressalta importância de se evitar perseguições
Matheus Augusto
Ao menos quatros divinopolitanos estão entre os 763 presos em Brasília após o ataque, no domingo, na Praça dos Três Poderes. A informação é do deputado federal Domingos Sávio (PL), que acompanha, desde o início da semana, a situação. Ele esteve em Brasília, retornou a Divinópolis, mas continua mantendo contatos na capital federal.
Domingos publicou, na terça, dois vídeos em frente à Academia Nacional de Polícia. Sua preocupação, ressaltou ao Agora, é quanto à questão humanitária e o tratamento dos detidos, especialmente idosos. Ele conversou com a delegada que estava à frente das ações no momento, e recebeu esclarecimentos sobre a situação.
Não foi permitida a entrada no ginásio para contato com os detentos. A justificativa é de que, horas antes, um senador teria adentrado as dependências e geraldo tumulto.
O parlamentar disse, ainda, estar mais “tranquilo” após o diálogo com a delegada, com a confirmação de que não houve mortes nem transferência para hospitais. Domingos voltou a reforçar seu posicionamento ao defender a prisão dos responsáveis e a liberação daqueles sem envolvimentos na tentativa de ruptura institucional.
— Quem cometeu crime, que pague. Quem é inocente, que seja liberado — afirmou.
O deputado também está entre os parlamentares que articulam, junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), a criação de uma comissão para acompanhar o processo. O objetivo, defende o deputado, é evitar perseguições e abusos de autoridade, além de garantir que pessoas sem envolvimentos nos atos de vandalismo sejam presas.
— Fui a Brasília por ser meu dever como deputado federal, para acompanhar de perto a situação, procurando assegurar que os culpados sejam punidos, mas também que não se cometa a injustiça de punir inocentes que apenas exerciam seu livre direito de se manifestar — ressaltou.
Neste mesmo sentido, o senador eleito Cleitinho Azevedo (PSC) solicitou ao governador Romeu Zema (Novo) que acompanhe a situação dos mineiros detidos nas manifestações que não participaram dos atos de vandalismo.
— Essas pessoas não podem ficar detidas injustamente. Manifestações pacíficas fazem parte da democracia — justificou, em publicação na tarde de ontem.
Ex-secretário
Ex-secretário de Direitos Humanos em Divinópolis, Luis Gonzaga Militão é um dos divinopolitanos que estava presente em Brasília, no último domingo. Em áudio que circulou nas redes sociais na terça, ele nega ter sido preso ou mesmo ter participado dos ataques:
— Nós, de Divinópolis, hora nenhuma fizemos ato de violência — assegura.
Militão afirma, ainda, que a destruição foi causada por "infiltrados".
— Fomos a Brasília para uma manifestação ordeira, pacífica e legítima. (...) Fomos em missão de paz e estamos voltando em missão de paz — garante.
Dados
Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal comunicou que o procedimento foi acompanhado pela Ordem dos Advogados do Brasil, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde do DF, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Defensoria Pública da União.
— Por questões humanitárias foram liberados 599 detidos, em geral idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e pais/mães acompanhados de crianças — acrescentou.
Além disso, houve a garantia, segundo o órgão, de alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar), hidratação e atendimento médico quando necessário.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, explicou que, mesmo os detidos liberados por questões de saúde podem, caso haja provas, responder judicialmente.
— A Polícia Federal continua e continuará as investigações em relação a todas as pessoas que participaram dos atos terroristas do domingo, inclusive das que não ficarem presas em face de decisões judiciais.
Reprodução/Redes sociais
Deputado foi a Brasília acompanhar desdobramentos da situação