Divinopolitano procura doador de medula óssea para vencer doença rara

Marciano foi diagnosticado com síndrome mielodisplásica e precisa de transplante com urgência; doadores podem se cadastrar no Hemominas

Bruno Bueno

Cansaço, fraqueza e indisposição para fazer as coisas simples do dia a dia. Essa é a rotina do divinopolitano Marciano Silva Gonçalves, de 44 anos, diagnosticado com síndrome mielodisplásica, doença rara que inviabiliza a produção de glóbulos vermelhos fortes o suficiente para defender o organismo. 

Com a condição, ele agora precisa realizar um transplante de medula óssea com urgência para evitar a agravação no quadro. Segundo as avaliações de seus médicos, caso não consiga realizar o procedimento em curto prazo, poderá desenvolver leucemia. 

À reportagem, ele contou, juntamente da esposa, todos os detalhes sobre sua rara condição.

‘Muito rápido’

Marciano disse ao Agora que todo o processo aconteceu muito rápido e relembrou os detalhes sobre a síndrome.

— Tudo aconteceu muito rápido. Eu não sabia como seguir, mas recebi todo o apoio da Acccom, que me explicou tudo que precisava. Graças a Deus, não tenho câncer, mas posso ter, se não realizar o transplante. Minha medula não fabrica glóbulos para a defesa do organismo — relatou.

O homem também relata ter percebido os sintomas da doença de forma bastante clara.

— Sempre fico fraco e preciso tomar injeções diárias. Não consigo fazer as coisas direito, tenho que, muitas das vezes, parar e descansar. De um tempo para cá, notei que estava cansando muito rápido, algo que não acontecia antes. Jogava bola todo fim de semana, mas agora não consigo mais — afirmou.

Apoio

Para o divinopolitano, o apoio dos amigos e da família tem sido essencial para lutar contra a doença. Ele diz que jamais vai perder a esperança de vencer a síndrome.

— Meus amigos e família estão me apoiando com tudo que preciso. Eles estudaram o caso e me abraçaram. Decidimos não ficar quietos esperando, vamos lutar. Minha campanha é válida para ajudar, quem sabe, outras pessoas. Se o doador não for compatível para mim, ele pode salvar a vida de outra pessoa. Eu jamais vou perder a esperança — falou.

Eliene Chaves de Sousa, de 51 anos, esposa de Marciano, esteve junto em todo o processo e também relatou suas impressões sobre as primeiras internações do marido.

— O Marciano completou 44 anos no dia 9 de maio e foi diagnosticado com a doença um mês depois, no dia 3 de junho. Apareceu uma manchinha na perna, que pouco tempo depois se tornou uma ferida. Ele ficou internado durante cinco dias e, durante o primeiro exame, acreditaram que ele havia sido picado por uma aranha marrom, que poderia ter causado uma hemólise, em que os glóbulos vermelhos são destruídos — disse.

Diagnóstico

A mulher ainda relata que o real diagnóstico aconteceu após a primeira internação. 

— Ele saiu com esse diagnóstico, porém, com o passar do tempo, a hemoglobina não voltou. O normal de uma pessoa saudável é 15, o dele estava 5. Marcamos uma consulta com um hematologista que, após uma série de exames, constatou a síndrome do cromossomo 6 — afirmou.

O teste de compatibilidade para doação de medula foi realizado com as irmãs de Marciano e com a filha, Maria Eduarda. A esposa do homem relata que, infelizmente, as primeiras tentativas não chegaram ao resultado esperado.

— A única cura é um transplante de medula. A médica responsável pelo tratamento disse que devemos realizar o procedimento o mais rápido possível, pois ele é jovem e saudável. Se não conseguirmos o doador em curto prazo, a síndrome pode se tornar uma leucemia. Nós fizemos o teste de compatibilidade com as duas irmãs e a filha do Marciano, mas as três conseguiram apenas 50% do total. Estamos à procura de uma pessoa que seja 100% compatível — relatou.

Repercussão

Para conseguir atingir mais pessoas e buscar um doador, Eliene e Maria Eduarda recorreram à internet para divulgar a história de Marciano. Com as publicações nas redes sociais, a esposa conta que alguns possíveis doadores já procuraram o Hemominas.

— Nós tivemos uma ótima repercussão. O pessoal já está se deslocando ao Hemominas, mas ainda não conseguimos um doador com 100% de compatibilidade. Como a idade dos doadores foi alterada pelo Ministério da Saúde e deve se encaixar entre 18 e 36 anos, é difícil encontrar pessoas do círculo de amigos do Marciano, já que ele tem 44 anos. Menos de 50 pessoas compareceram ao Hemominas desde o começo da divulgação — ressaltou.

Como doar?

Por fim, a mulher também concedeu as informações necessárias para as pessoas que tenham interesse em realizar a doação de medula óssea.

— A pessoa que se interessar deve comparecer ao Hemominas, localizado ao lado do Hospital Santa Mônica, na avenida JK, das 7h às 11h, dizendo que quer fazer uma doação de medula óssea. Ela será cadastrada no Redome e não precisa citar o nome do Marciano, pois ele já está na lista de prioridade por necessitar do transplante com urgência — explicou.

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