Divinópolis tem um preso na operação ‘Illusio’ da PF
Organização criminosa falsificava cigarros e contrabandeava cigarros do Paraguai
Da Redação
Divinópolis está entre as cidades envolvidas em uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada para combater uma organização criminosa que falsificava e contrabandeava cigarros de origem paraguaia. Outras cidades da região também estão no caso.
Deflagrada na manhã de ontem, 14, a ação teve cooperação do Ministério do Trabalho e parceria da Receita Federal.
O maquinário era utilizado na fabricação de cigarros. Foi identificado ainda tráfico de pessoas, trabalho escravo, falsificação e uso de documentos falsos. Além de crime contra as relações de consumo, contra os registros de marcas e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, uma emitida uma medida de sequestro de bens e valores contra 38 pessoas físicas e 28 pessoas jurídicas está sendo cumprida. Ao todo, o valor do sequestro de bens é estimado em R$20 milhões.
Envolvimento
Mais de 165 policiais federais foram engajados na operação, que cumpriu mandados expedidos pela Justiça Federal em Belo Horizonte. Houve buscas em residências, galpões e empresas de cidades de quatro estados.
Minas Gerais:
- Belo Horizonte;
- Divinópolis;
- Itaúna;
- Nova Lima;
- Nova Serrana;
- Pará de Minas;
- Pitangui;
- São Gonçalo do Pará.
Bahia:
- Capim Grosso.
São Paulo:
- Barueri;
- Carapicuíba;
- Indaiatuba;
- Osasco;
- Santana de Parnaíba;
- São Caetano do Sul;
- São Paulo;
- Taiuva.
Amazonas:
- Manaus.
Pará:
- Nova Ipixuna
Divinópolis
Uma cadeia de produção de cigarros clandestinos foi identificada em Divinópolis. Juntamente com a produção, uma organização criminosa envolvida no esquema de fabricação de cigarros paraguaios falsos foi identificada.
A PF revelou que a quadrilha era chefiada por um empresário de Barueri, em São Paulo.
— Foi revelado que a quadrilha cooptava trabalhadores no Paraguai, os quais eram trazidos para fábricas clandestinas no Brasil, na região de Divinópolis, onde eram submetidos a condições de trabalho análogas à escravidão, com a liberdade tolhida, permanecendo reclusos, sob vigília, e incomunicáveis, por vários meses, no interior dos estabelecimentos — relatou o órgão.
Um esquema de confiscação também foi revelado.
— Tinham, ainda, seus telefones confiscados e eram impedidos de ter qualquer acesso ou contato com o mundo exterior. Eles sequer sabiam o local em que se encontravam, pois eram conduzidos até as fábricas com os olhos vendados — completou a PF.
Por fim, a PF destacou que a distribuição dos cigarros falsos era feita em caminhões, e os produtos eram ocultados atrás de cargas de calçados produzidos na região de Nova Serrana.
Penas
Conforme exposto pelo órgão, os presos responderão por um ou mais dos seguintes crimes elencados com as respectivas penas máximas.
- Organização criminosa - 8 anos;
- Contrabando de cigarros - 5 anos;
- Descaminho de maquinário - 4 anos;
- Tráfico de pessoas - 8 anos;
- Trabalho escravo - 8 anos;
- Falsificação e uso de documento particular falso - 5 anos;
- Crimes contra as relações de consumo - 5 anos;
- Lavagem de dinheiro - 10 anos.
Origem do nome
O nome da operação faz analogia ao termo “ilusão”. A justificativa é de que os cigarros falsificados eram vendidos ao consumidor como se fossem cigarros contrabandeados, ou seja, produzidos no Paraguai.