Divinópolis se mantém imune à H3N2

Nova cepa da gripe identificada no país não tem casos na cidade

Matheus Augusto

O Brasil voltou a registrar aumento no casos de gripe neste fim de ano, epidemia iniciada no Rio de Janeiro e que dá sinais em outros estados. Divinópolis, no entanto, segue imune ao vírus. Ao Agora, a Prefeitura confirmou a inexistência de casos ou mortes por Influenza na cidade. 

 

Trâmite

No processo atual, as amostras de PCR de casos suspeitos de doenças respiratórias são encaminhadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed) para pesquisa de covid-19 e outros vírus respiratórios – pesquisa que não é feita pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

 

Novo tipo

Minas Gerais já confirmou 147 casos do vírus da gripe H3N2, subtipo do vírus Influenza. Segundo a Secretaria de Saúde, sem registros, por enquanto, em Divinópolis.

Essa nova cepa, batizada de Darwin, foi identificada no Rio de Janeiro. Os sintomas são similares: febre alta, tosse, garganta inflamada, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, calafrios e fadigas. 

A cepa Darwin (recém-descoberta na Austrália) faz parte do tipo A(H3N2). Nos últimos meses, ela contribuiu para um aumento de casos de gripe em um período atípico no Brasil – que, assim como os países do hemisfério sul, possui uma circulação maior do vírus influenza no inverno (entre julho e setembro) — detalha a Fiocruz, em comunicado na última semana.

Um dos fatores para o aumento da circulação da doença e o surgimento da nova cepa é a baixa adesão à campanha de vacinação neste ano. As medidas de proteção seguem a mesma cartilha contra covid-19: uso de máscara, higienização das mãos, distanciamento social e evitar aglomerações, orienta o órgão.

 

Vacinação

A cidade não conta mais com doses de vacina contra a gripe desde outubro último. Ainda segundo a Prefeitura, não há expectativa da chegada de novas doses.

Em Divinópolis, a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza começou, seguindo a determinação do Ministério da Saúde para todo o território nacional, em 12 de abril, focada no grupo prioritário: crianças entre seis meses e menores de seis anos, gestantes, puérperas e povos indígenas – grupos com maior risco de complicações e internações por gripe. Na oportunidade, a cidade recebeu quase 7 mil doses – suficiente para imunizar 28% do público-alvo. 

Com o passar dos meses, novas remessas chegaram e a imunização se ampliou para outros grupos. A campanha, inclusive, foi prorrogada para o público geral em julho, até o encerramento do estoque. Na oportunidade, cerca de 66% da população alvo havia se vacinado.

Conforme publicou o Agora na última semana, a campanha alcançou a cobertura de 107,5% na cidade, especialmente em razão do número de vacinados fora do público-alvo. Ao todo, quase 90 mil doses foram aplicadas. O público da campanha era composto por 83 mil.

 

Diferenças

Nesta época do ano, com o crescimento da gripe e a presença da covid-19, tornou-se comum confundir os sintomas de cada uma – que ainda se mesclam ao resfriado. Diante disso, o Ministério da Saúde elaborou uma cartilha (foto) com as principais diferenças entre as enfermidades. A confirmação, no entanto, deve ser feita apenas por especialista ou por meio de exames.

A febre, por exemplo, é comum em casos de coronavírus e gripe, mas rara em resfriados. No caso de espirros, a situação se inverte. Nariz entupido é frequente em resfriados, pouco comum em gripes e raros em pacientes com covid. 

O ministério aponta, ainda, que a dor de cabeça é rara em resfriados, comum em gripes e pode surgir em infecções pelo vírus da pandemia.

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