Divinópolis se aproxima da casa de mil casos confirmados de dengue

Ambulatório recebe cerca de 75 pacientes por dia; idade mais afetada é entre 20 e 49 anos

 

 

Ígor Borges 

 

Os dois primeiros meses de 2024 foram marcados pela alta dos casos de dengue, não só em Divinópolis, mas em todo o país. De quarta para quinta, Minas Gerais registrou 10 mortes em decorrência da doença.

Em Divinópolis, já são quase mil casos confirmados da doença, com quase 100 hospitalizações. Os números preocupam, e quase 2 mil procedimentos já foram realizados no novo ambulatório preparado para o combate à doença. 

Divinópolis ainda tem 5 mortes em investigação. O Agora faz um apanhado da doença que assombra a todos em 2024. 

 

Atendimentos 

 

Em meio ao pico de dengue na cidade, filas são comuns no ambulatório construído para fazer o teste para a doença. O Agora levantou dados relacionados ao número de atendimentos do local, desde sua inauguração, na semana passada.

Conforme o Executivo, quase 1.800 procedimentos, entre exames e oferta de soro, por exemplo, foram realizados no ambulatório. Isso está dividido entre os quase 600 pacientes, que passaram pelo local. 

Em média, 75 pacientes vão até o ambulatório diariamente procurar atendimento. 

 

Dados 

 

Divinópolis tem 849 casos confirmados e 2.018 notificados de dengue até o dia 21 de fevereiro. Destes, 94 necessitam de hospitalização, e 5 óbitos são investigados. 

Conforme estatísticas divulgadas pela Secretaria de Saúde, 52% das notificações da doença foram registradas em pessoas entre 20 e 49 anos. Outro dado é que 320 idosos com mais de 60 anos estão entre os casos notificados. Mais de 55% dos casos são do público feminino. 

A pasta divulgou ainda levantamentos relacionados à gravidade da dengue no município. Dos casos confirmados, 783 são da dengue “tradicional”, 64 de dengue com sinais de alarme, e 2 de dengue em estado grave. 

Um caso de chikungunya também foi confirmado no município. 

O Centro segue na ponta dos casos confirmados de dengue, com 174 registros. Na sequência, com 88 casos, estão os bairros do Planalto e São José. 

 

Mortes em Minas 

 

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, 10 mortes foram registradas em 24 horas de quarta para quinta-feira. Há, ainda, outras 155 em investigação e mais de 93 mil casos confirmados.

As cidades que registraram mortes neste período foram: Betim, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Matheus Leme, Morro da Graça, Patos de Minas, Santa Luzia, Sobrália e Belo Horizonte (seis mortes). 

Além disso, neste tempo, 6 mil casos da doença foram confirmados e Minas chega a marca de 93 mil testes positivos. Outros 260 mil casos estão em processo de investigação. 

Sintomas

Em entrevista ao Agora, na última semana, a secretária de Saúde, Sheila Salvino destacou os sintomas clássicos da doença. 

— Dor pelo corpo, dor na região dos olhos, vermelhidão, coceira, febre, dor no corpo, dor de cabeça e dor atrás dos olhos — alerta. 

A secretária alerta que a Prefeitura trabalha para remediar os problemas, mas é importante que a população também atue na prevenção.

— Tire 10 minutinhos dessa semana para a vistoria do seu domicílio. Se não tem um pratinho de planta com água, se não tem uma calha entupida represando água de chuva, etc — destacou.

O trabalho de todos é essencial no combate à doença, alerta a secretária.

— Se cada um puder contribuir com a sua parte, num pequeno tempo, durante a semana, a gente sabe que o impacto disso no cenário epidemiológico do município vem por consequência — concluiu.

Epidemia

Dados do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024, realizado no período de 8 a 11 de janeiro, apontam Divinópolis com "alto risco de epidemia" de dengue, conforme os parâmetros do Ministério da Saúde. 

— A pesquisa foi feita em 168 bairros, com 6.070 imóveis vistoriados. O índice de infestação médio do município resultou em 8,3%.O 1º LIRAa demonstrou que 91% dos focos foram encontrados em residências e 9% em lotes vagos — explicou a Prefeitura.

O supervisor da Vigilância em Saúde Ambiental, Juliano Cunha, comentou os resultados à época.

— Mais uma vez, o LIRAa mostra que a maioria dos focos continua nas residências. A população precisa aderir, como prática rotineira, o combate à dengue. (...) Os agentes de saúde não conseguem sozinhos sem o apoio da população — destacou 

Os divinopolitanos podem notificar e denunciar locais com focos e reservatório do mosquito no número (37) 3229-6823.

 



 

Comentários