Divinópolis registra primeiro caso suspeito de varíola dos macacos

Mais de 60 pacientes contraíram a doença em Minas

 

Da Redação

Um adolescentes, de 15 anos, é o primeiro caso suspeito de ter contraído a varíola dos macacos em Divinópolis. A informação foi divulgada ontem pela Prefeitura. Ele recebeu atendimento no Centro Social Urbano (CSU) e, agora, está em isolamento domiciliar e passa bem.

Segundo a atual administração, a amostra será coletada hoje e encaminhada para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, onde será analisada.

Mesmo a Funed dando prioridade para estes exames, a Semusa ainda não sabe informar em quanto tempo sai o resultado. O material não foi coletado hoje devido horário que o mesmo deve chegar na Funed/BH — detalhou a Prefeitura.

O paciente, acrescentou o Executivo, não tem histórico de viagem nem de contato com outra pessoa suspeita.

O kit para realizar a coleta é disponibilizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), através da Superintendência Regional de Saúde (SRS) com sede em Divinópolis.

— A Semusa reitera que a população deve seguir a recomendação evitando contato com pessoas infectadas ou suspeitas — orientou.

Casos

A pandemia causada pela covid-19 ainda não terminou e outra doença gera preocupação: a varíola dos macacos. A primeira morte por ambas as doenças aconteceu em Minas Gerais. Até a última segunda-feira, 63 pacientes haviam contraído a varíola, com outros 141 casos em investigação. Segundo as informações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os casos confirmados foram: Belo Horizonte (44), Santa Luzia (5); Sete Lagoas, Ribeirão das Neves e Governador Valadares (2 cada); Cataguases, Contagem, Janaúba, Juiz de Fora, Mariana, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Teófilo Otoni (1 cada).

Jé em relação aos casos em investigação: Belo Horizonte (68 pacientes), Betim (5), Bom Despacho (1), Caratinga (1), Conselheiro Lafaiete (1), Contagem (8), Esmeraldas (1), Governador Valadares (1), Ibirité (1), Igarapé (1), Ipanema (1), Itabira (1), Itajubá (1), João Monlevade (1), Juiz de Fora (1), Manhuaçu (2), Mariana (1), Nova Lima (3), Nova Serrana (1), Palma (6), Pará de Minas (1), Pedro Leopoldo (2), Poços de Caldas (2), Pouso Alegre (4), Ribeirão das Neves (4), Sabará (2), Santa Bárbara (1), Santa Luzia (1), São Sebastião do Paraíso (1), Sete Lagoas (3), Uba (2), Uberaba (1), Uberlândia (5), Vespasiano (2) e Viçosa (1).

O perfil dos contaminados são homens entre 21 a 55 anos, todos com quadro estável.

Somente na capital mineira houve transmissão comunitária, os demais estão relacionados a viagens a estados e países. 

Vacinação

Diante do aumento de casos, o Ministério da Saúde fez dois anúncios sobre o tema relacionados a vacinas e antivirais. Segundo a pasta, 20 mil doses de vacinas contra a varíola devem chegar em setembro, e outras 30 mil, em outubro. A aplicação será restrita aos profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes que tiveram contato direto com doentes. O esquema de vacinação será feito em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas. Até o momento, ao contrário da covid, não há expectativa de vacinação em massa, devido às diferenças entre as doenças, especialmente no que diz respeito ao contágio e à letalidade.

Sobre o antiviral, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a chegada de medicamentos para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos. Eles serão distribuídos, primeiramente, para pacientes com casos mais graves. Ainda não há dados que demonstrem a eficácia do antiviral para o tratamento da varíola.

Sintomas e prevenção

Entre os sintomas da varíola, estão febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão e inchaço dos linfonodos. Três dias após os primeiros sintomas, aparecem erupções na pele.

Em alguns casos, pode ser fatal, embora seja tipicamente menos grave do que a covid. A doença é transmitida entre pessoas após contato direto ou indireto, através de abraços, beijos, massagens, relações sexuais, secreções respiratórias e através do contato com objetos e superfícies com que uma pessoa doente teve contato. De acordo com as sociedades Brasileira de Urologia (SBU) e Brasileira de Infectologia (SBI), as pessoas podem se proteger e ajudar a conter a disseminação do vírus que causa a varíola dos macacos, o hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês), com medidas como a frequente limpeza das mãos com álcool 70% ou com água e sabão.

Além de evitar contato físico com pessoas que possam estar infectadas, deve-se evitar compartilhar objetos de uso pessoal, roupas de cama e toalhas até a exclusão do diagnóstico ou o completo desaparecimento das lesões. 

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/Aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Morte

Até o momento, apenas uma morte por varíola dos macacos foi confirmada. O paciente, de 41 anos, já tratava outras doenças, incluindo um câncer. Ele morava em Belo Horizonte. De acordo com o ministério, "a causa do óbito foi o choque séptico". Em nota, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais reiterou que o paciente, que residia na capital mineira, já estava internado devido a “outras condições clínicas graves”. 

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