Divinópolis pode viver nova epidemia de dengue em breve

Levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde preocupa

 

 

Bruno Bueno 

 

Divinópolis está perto de viver uma nova epidemia de dengue. Pelo menos é o que indicam os dados do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) do ano no município.

A pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) vistoriou mais de 6 mil imóveis em 168 bairros. O índice de infestação médio foi de 8,3%, que significa “alto risco de epidemia” segundo o parâmetro técnico do Ministério da Saúde. 

 

Focos

 

O 1º LIRAa mostrou que 91% dos focos da dengue foram encontrados em residências e 9% em lotes vagos. As larvas foram encontradas em diversos reservatórios: 

 

  • recipientes removíveis, como garrafas e pneus: 39,6%;
  • depósitos móveis, como pratos e vasos de plantas: 38,7%;
  • depósitos fixos, como ralos e sanitários em desuso: 11,7%;
  • armazenamento de água, como tanques e poços: 9,2%;
  • depósitos naturais, como ocos de árvores: 0,8%. 

 

Dados

 

Até o dia 19 de janeiro, data do último levantamento, Divinópolis contabilizou:

 

- 383 notificações de dengue;

- 259 casos confirmados de dengue;

- 5 notificações de chikungunya;

- 1 caso confirmado de chikungunya.

 

Os cinco bairros da cidade com mais notificações da doença em 2024 são:

 

  • Centro, 41 casos;
  • Planalto, 16 casos;
  • Bom Pastor, 12 casos;
  • Ipiranga e São José, 11 casos. 

 

Combate

 

O supervisor da Vigilância em Saúde Ambiental, Juliano Cunha, comentou sobre os resultados.

— Mais uma vez o LIRAa mostra que a maioria dos focos continua nas residências. A população precisa aderir, como prática rotineira, o combate à dengue. É essencial que cada cidadão vistorie seu quintal, no mínimo uma vez por semana, recolhendo recipientes que possam acumular água — destacou.

Em entrevista na semana passada, Juliano confessou que Divinópolis vive um risco.

— Possivelmente em fevereiro teremos um princípio de epidemia no município — explicou.

 

Fumacê

 

O carro fumacê estará em diversos bairros nesta semana. Segundo a Prefeitura, a escala do veículo é feita de acordo com o total de notificações das últimas quatro semanas epidemiológicas. As aplicações ocorrem a partir de 06h.  

 

Veja a programação:

 

  • terça (23/1):  Esplanada (manhã) e LP Pereira (tarde);
  • quarta (24/1): Rancho Alegre (manhã);
  • quinta (25/1): Ipiranga (manhã) e Santo Antônio (tarde);
  • sexta (26/01): Esplanada (manhã) e LP Pereira (tarde).

 

— Lembramos também que o carro fumacê só mata o mosquito, não sendo eficaz para as larvas e pupas — comenta a Prefeitura.

 

Sintomas

 

A referência técnica de enfermagem do Município, Chris Martins, relata os principais sintomas da doença. 

— Dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor nas articulações, dor nas costas. Eles têm procurado mais a unidade. Os servidores dos postos da saúde e da UPA estão preparados para receber os pacientes suspeitos de dengue — pontua.

A diarista Claudemira de Oliveira está com sintomas da doença e procurou a UPA.

— Desde sexta-feira eu estou com muita dor no corpo. Uma dor de cabeça que não passa. Comecei a tremer e fiquei sem vontade de fazer nada — relata.

 

Cuidados

 

A agente de endemias, Sílvia de Oliveira, dá dicas para combater o mosquito nas residências.

— O ideal é evitar os pratinhos de plantas. Mas se não der para retirá-los, furar ou encher de areia até a borda pode ser uma alternativa. Além disso, é importante que o morador lave  no mínimo uma vez por semana os bebedouros dos animais e ensacar os vasos sanitários descartáveis — salienta.

Os moradores podem notificar e denunciar locais com focos e reservatórios do mosquito no número (37) 3229-6823. 

— A Semusa ressalta ainda que, na presença de algum sintoma da doença, procure atendimento em um estabelecimento de saúde para orientações e não faça uso de medicamentos sem prescrição — concluiu.

 

2023

 

Divinópolis fechou o ano de 2023 com 10.988 casos notificados, 8.556 casos confirmados e 8 mortes por dengue, além de 158 registros de chikungunya. 

56,27% das notificações foram registradas em mulheres e 43,73% em homens. A faixa etária com mais casos foi de 20 a 29 anos. 

Os cinco bairros da cidade com mais notificações de dengue no ano foram: Centro (449), Santa Rosa (343), Belvedere (324), São José (318) e Planalto (258). 

 

 

 

 

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