Divinópolis atinge 700 mortes por covid e Prefeitura desobriga uso de máscaras

Anúncio foi feito no início da noite de ontem após decisão da Prefeitura de Belo Horizonte e pedido do vereador Eduardo Azevedo

 

Bruno Bueno

As máscaras faciais, uma das proteções essenciais contra o contágio da covid-19, deixam de ser obrigatórias em Divinópolis. A decisão da Prefeitura saiu no início da noite de ontem, após solicitação do vereador Eduardo Azevedo (PSC) e anúncio da medida feita pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSB). Durante seu pronunciamento na reunião da Câmara, realizada na tarde de ontem, o parlamentar disse ter enviado um ofício ao prefeito Gleidson Azevedo (PSC) solicitando a possibilidade.

O político se inspirou na adoção da medida na capital mineira, que ontem anunciou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos na cidade.

 

Liberdade

Eduardo Azevedo justifica a necessidade da medida afirmando que as pessoas precisam ter sua liberdade de expressão respeitada. Segundo o edil, o uso do material causa incoerência, já que em alguns locais é obrigatório e em outros opcional.

— Sempre vou defender a liberdade das pessoas. (...) Quem quiser usar a máscara, que continue usando, mas precisa deixar de ser obrigatório — disse.

O pedido do vereador teve resposta rápida. No início da noite, a assessoria de comunicação da Prefeitura enviou nota à imprensa comunicando da decisão.

 

Belo Horizonte

O anúncio do prefeito Alexandre Kalil causou espanto em representantes de alguns órgãos e em parte da população de BH. Em entrevista à TV Record, o chefe do Executivo disse que a decisão está embasada no relatório das autoridades sanitárias responsáveis. 

— Está determinado pelo Comitê de Saúde que vamos desobrigar a máscara em locais abertos em Belo Horizonte — afirmou.

Kalil afirma, no entanto, que a decisão só deve ser válida para espaços públicos.

— O comitê já se reuniu e falou que não precisa. Eu aconselho usar. Claro que vamos preservar o transporte público e locais fechados. Estamos aliviando a cidade pelo esforço que foi feito, pelo sacrifício que foi feito por toda a população. Reconhecemos e vamos ajudar — explicou.

Em nota à imprensa, a Prefeitura de Belo Horizonte confirmou que vai emitir um decreto sobre o assunto, mas pediu cautela à população.

— Mesmo com o avanço da imunização, é importante lembrar que a pandemia ainda não acabou e as medidas de proteção ainda devem ser mantidas — relatou.

 

700 mortes

No mesmo dia em que a possibilidade do fim do uso obrigatório das máscaras em Divinópolis é debatida, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) confirmou que a cidade ultrapassou a marca de 700 mortes por covid-19.

Com 701 registros, a triste marca foi alcançada com a contabilização de dois óbitos. O primeiro se trata de um homem de 65 anos, portador de doença neurológica crônica. De acordo com a Prefeitura, ele morreu no último dia 27. Uma mulher de 82 anos, hipertensa e portadora de doença pulmonar, também faleceu, esta no dia 1º deste mês.

 

Dados

A Semusa também divulgou outros dados sobre a pandemia na cidade. O boletim aponta que o município já registrou 31.900 casos da doença, sendo 14.343 em homens e 17.557 em mulheres. Cerca de 151.369 foram notificados, 5.112 descartados e 30.606 recuperados.

Divinópolis tem atualmente cerca de 13 pacientes internados em CTI com suspeita da doença. Na enfermaria, o número chega a 14, o que representa 19,72% de ocupação. Nos leitos de UTI, o número de leitos preenchidos chega a 31,71%.

 

Hospitais

Ainda de acordo com a Semusa, o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) tem quatro casos de covid-19 no setor de UTI. Três estão na área adulta do SUS e um está na área adulta da rede suplementar.

O Hospital Santa Mônica contabiliza três casos no CTI adulto, além de um paciente internado no CTI infantil. Já o Hospital Santa Lúcia, localizado na avenida JK, tem três casos de internação. Segundo a Semusa, o Hospital São Judas Tadeu não possui pacientes internados neste setor. 

 

Enfermaria

A pasta também divulgou os números dos setores de enfermaria responsáveis por acolher pacientes com covid-19. De acordo com a Semusa, há nove pacientes internados neste setor no Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD), sendo oito na área atendida pelo SUS e um na rede suplementar.

O Hospital Santa Lúcia, por sua vez, tem dois casos internados na ala de enfermaria covid-19. O Santa Mônica conta com quatro internações. O São Judas Tadeu, localizado na região Central, tem uma pessoa internada.  

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